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Coleção traz Anita Malfatti, que chocou cena de SP em 1917

Pintora relevante da Semana de Arte Moderna de 1922 está no livro deste domingo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em 1917, São Paulo recebeu a "Exposição de Pintura Moderna Anita Malfatti", que reuniu especialmente a produção da artista em seus anos de estudos na Alemanha e nos Estados Unidos. Foi demais para a cidade.

O escritor Monteiro Lobato foi à mostra. Não gostou do que viu e, por isso, escreveu um artigo publicado na imprensa que dizia: "[...] seduzida pelas teorias do que ela chama arte moderna, [Anita] penetrou nos domínios de um impressionismo discutibilíssimo, e pôs todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura".

O fato é que a inusitada obra expressionista da paulista não foi bem aceita pelo pensamento provinciano reinante na cidade, que, no campo das artes, ainda valorizava o academicismo.

Quase cem anos depois, parte da obra de Anita Malfatti é reunida no nono volume da Coleção Folha Grandes Pintores Brasileiros, que vai às bancas neste domingo, dia 7 de julho.

A apreciação da arte mudou muito entre aquele distante 1917 e a São Paulo contemporânea, em que praticamente todas as formas de expressão encontram espaço.

Mesmo em 1917 houve quem soubesse apreciar a arte de Anita. "A sua arte é a negação da cópia, a ojeriza da oleografia". Foi nesses termos que Oswald de Andrade defendeu a artista.

Ele foi um dos artistas e intelectuais que se reuniram em torno de Anita, uma mulher de certa forma à frente do seu tempo.

Cinco anos depois, em 1922, esse grupo viria a organizar a Semana de Arte Moderna de 1922, cujos desdobramentos até hoje são apontados como relevantes para a arte produzida no Brasil.

A obra inicial de Anita --a "personalidade historicamente mais importante" do movimento de 1922, como apontou certa vez o crítico Paulo Mendes de Almeida-- era marcada pela impetuosidade, pela distorção e pela paleta de cores puras e vibrantes.

Das décadas de 1910 e 1920, o livro da coleção, escrito pela pesquisadora Luzia Portinari Greggio, inclui telas como "A Boba", "O Japonês", "O Homem Amarelo" e "A Mulher de Cabelos Verdes".

A pesquisadora, que foi curadora de várias exposições da obra da artista e autora de "Anita Malfatti - Tomei a Liberdade de Pintar a Meu Modo", analisa 28 obras de Anita, representativas das várias fases de sua carreira.

Trajetória que, diga-se, não foi inteiramente marcada pelo sucesso. Anita também passou por fases de preocupação com os "problemas formais da arte", que geraram produção irregular, de altos e baixos.

Em sua última fase, a artista "produziu obras ingênuas próximas a um primitivismo", como dizia. "O Circo", "Paisagem de Diadema" e "Festa de Georgina", presentes no livro, são dessa fase.


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