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Grupo tem cenário e figuro extraviados e refaz tudo em um dia

Teatro Máquina fez 'gincana' para encenar 'Ivanov' em festival de São José do Rio Preto

GUSTAVO FIORATTI ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP)

O grupo cearense Teatro Máquina chegou ao Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto, no início da semana passada, com uma mão na frente e outra atrás.

Isso porque todo o cenário e o figurino da versão que a companhia montou para a peça "Ivanov", do russo Anton Tchékhov (1860-1904) foram extraviados por uma transportadora de Fortaleza.

O grupo até pensou em desistir da encenação, mas, com ingressos vendidos, optou por refazer tudo, inclusive as cinco pesadas portas de madeira maciça que se movem sobre rodas pelo espaço cênico.

A gincana foi cumprida em pouco mais de 24 horas, com o auxílio de 20 funcionários do festival. "Até a avó de uma das produtoras ajudou, fazendo bainhas", relata a diretora Fran Teixeira.

"Um marceneiro da cidade colocou a equipe para trabalhar na madrugada, e nos dividimos também para percorrer brechós." Ao final, deu tudo certo, e a peça começou com 20 minutos de atraso.

Cheia de detalhes, a cenografia de "Ivanov" faz menções a costumes do fim do século 19. A história original, sobre um homem preso a decisões tomadas no passado (aflito principalmente por ter deixado de amar sua mulher), foi enxugada sob os limites da companhia. A peça estreou em Fortaleza em 2011.

Hoje parte de um cenário experimental em expansão em Fortaleza, o Teatro Máquina foi fundado há dez anos e, de sua formação original, ainda restam a diretora Fran Teixeira e o ator Edivaldo Batista, que interpreta Ivanov.

O grupo foi convidado no ano passado a integrar uma seleção que representará o Brasil neste ano no festival de Edimburgo. Inicialmente, levaria "Ivanov". Acabou optando por outra peça de seu repertório: "Leonce e Lena", espetáculo do ano passado, que adapta texto do alemão Georg Büchner (1813-1837).

A iniciativa de formar a comitiva brasileira é do produtor Sérgio Saboya, com recursos bancados em parte pelos grupos convidados e em parte pelo Ministério das Relações Exteriores.

GESTOS DE BASE

Segundo a diretora Fran Teixeira, a companhia teatral busca uma identidade desenvolvida para "descobrir novas formas de narrar uma história", principalmente por meio de uma pesquisa que "explora gestos de base".

Em "Ivanov", essa pesquisa resulta em uma aproximação com o gesto realista, com cenas interrompidas para dar espaço a movimentos coreográficos, como ligeiras fugas para um universo onírico.

Nota-se, no entanto, mais cuidado com as construções das imagens, belas, do que com a interpretação ou a forma de dizer o texto em cena.


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