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Crítica música erudita

Orquestra do festival se exibe madura em Campos do Jordão

SIDNEY MOLINA CRÍTICO DA FOLHA

A Orquestra do Festival de Inverno de Campos do Jordão realizou, no sábado passado, no auditório Cláudio Santoro, uma apresentação competente e emocionante, em um nível artístico que seria difícil conceber no Brasil há duas décadas.

Além da "Abertura do Festival Acadêmico", de Brahms (1833-1897), e das "Danças Sinfônicas", derradeira obra orquestral de Rachmaninov (1873-1943), o grupo tocou "Imagens Chinesas", obra escrita em 2012 pelo finlandês Kalevi Aho, que estava presente e integra a equipe de professores do festival.

Mas, em um evento com as dimensões do Festival de Campos, nem tudo sai como se planeja. Marin Alsop (regente titular da Osesp) sofreu um pequeno acidente no hotel, teve de imobilizar o braço direito e, por isso, não pôde trabalhar com os jovens durante a semana. Foi substituída por Celso Antunes, regente associado da orquestra.

No início de Brahms foram necessários alguns compassos para ajustar os metais ao tempo das cordas e, na primeira dança de Rachmaninov, a percussão esteve um pouco invasiva; os solos das madeiras, porém, foram inspiradores, e o "tempo di valse" (segunda dança) saiu sensacional --música pura e madura feita por gente muito jovem.

A contemporaneidade de Aho não deixa o ouvinte se perder: dos puros tambores aos graves profundos; das pentatônicas nas cordas aos arabescos do flautim; do solo de viola às ondas de metais sobre um som fixo --é obra de mestre, de quem domina o ofício.

Mais cedo, na Capela do Palácio Boa Vista lotada, o Quinteto Villa-Lobos marcou presença com um recital belo e impecável.

Certamente nem todos os presentes sabiam que estavam diante de um dos principais grupos de câmara brasileiros em todos os tempos: Rubem (flauta), Luis (oboé), Aloysio (fagote), Philip (trompa) e Paulo (clarinete), na ordem de quem olha para o palco.

Foi um show de coesão e complementaridade, que teve não só a elaboração de Hindemith, as meditações do jovem Santoro e os traços polifônicos de Gismonti, mas também o coco de Guinga e até mesmo a plateia cantando "As Pastorinhas" com o clarinete de Paulo Sérgio Santos.


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