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Mostra documental recupera história do teatro ídiche no país

Cenário e figurinos concebidos por Lasar Segall são destaques da exposição no MIS

DE SÃO PAULO

Se a história do teatro brasileiro no século 20 fosse um retalho de tecidos produzidos por culturas imigrantes, uma peça fundamental estaria prestes a preencher um buraco que não é dos pequenos.

Falou-se muito na modernização empreendida pelos italianos, especialmente em São Paulo, ou da herança japonesa, que trouxe à cidade o kabuki e depois o butô.

Pois judeus também deram contribuição significativa, herdeiros que foram de uma modernização que andava a galopes na Europa, principalmente nos países do leste.

Essa história vem à tona agora com pesquisa realizada pelo historiador Nachman Falbel, estudioso do tema que organizou "Estrelas Errantes: Memória do Teatro Ídiche no Brasil", mostra documental no Museu da Imagem e do Som acompanhada do lançamento de livro homônimo.

A exposição abre amanhã com cerca de 200 peças documentais, entre fotografias e cartazes de espetáculos que cumpriram temporada em salas diversas, como o Taib, em São Paulo, e o Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

As peças resgatam a histórias de trabalhos executados a partir do início do século passado até os anos 1970. O cartaz mais antigo da mostra anuncia o trabalho de uma trupe argentina que passou pelo Brasil em 1914.

Segundo Falbel, grupos amadores dedicaram-se mais ao experimentalismo, e os atores profissionais se destacaram pela produção de operetas, um gênero com traços fortes de entretenimento.

Em especial os amadores trouxeram da Europa influência de grandes mestres. "Na Alemanha, por exemplo, um diretor muito famoso, Max Reinhardt [1873-1943], influenciou atores do teatro ídiche que vieram para cá", conta o historiador.

Entre as preciosidades recuperadas pela mostra, há desenhos de cenários e figurinos concebidos por Lasar Segall para a peça "A Sorte Grande", dirigida pelo polonês Zygmunt Turkow (1896-1970), que foi um nome forte neste cenário.

"Ele não veio como imigrante, veio para visitar o Brasil e acabou sendo descoberto por artistas daqui", conta o curador.

Turkow trabalhou, por exemplo, com Os Comediantes, a mesma companhia que apresentou a primeira encenação de "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues. A mostra, diz o curador, tem perfil afetivo, "para matar a saudade da cultura ídiche". (GF)


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