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Filme político prevalece neste festival de Brasília
Produções cariocas dominam lista de selecionados com nove longas
Diretas Já, Segunda Guerra, ditadura e protestos recentes no país integram seleção do evento, em setembro
A programação do 46º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, que ocorre de 17 a 24 de setembro deste ano, tem como destaque os filmes com temática política e aqueles produzidos no Rio. A seleção foi anunciada ontem.
Há desde filmes que retratam a Segunda Guerra Mundial, ou lembram a ditadura brasileira, até uma produção extremamente atual: um documentário de 15 minutos sobre as manifestações que tomaram conta do país no mês passado ("O Gigante Nunca Dorme", de Dácia Ibiapina).
O festival será aberto com o documentário "Revelando Sebastião Salgado", de Betse de Paula, com trilha sonora de Naná Vasconcelos.
"Avanti Popolo", de Michael Wahrmann, é um dos filmes que lembram a repressão. Carlos Reichenbach, morto no ano passado, interpreta um homem que perdeu um filho durante a ditadura militar brasileira (1964-85).
Já "Depois da Chuva", produção baiana da dupla Cláudio Marques e Marília Hughes, se passa durante o movimento das Diretas Já.
A produção fluminense domina o festival, com nove das 30 obras selecionadas, além do filme de abertura (fora da competição).
Entre eles estão o curta "Fernando que Ganhou um Pássaro do Mar", de Felipe Bragança e Helvécio Marins Jr. e "A Arte do Renascimento - Uma Cinebiografia de Silvio Tendler", de Noilton Nunes --o longa acompanha o cineasta tentando se recuperar de uma grave doença.
Em seguida, São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e o Distrito Federal aparecem com três produções cada.
A seleção também terá os novos trabalhos dos cineastas Paulo Sacramento (de "O Prisioneiro da Grade de Ferro"), Maria Augusta Ramos (de "Justiça") e Vicente Ferraz (de "Soy Cuba, o Mamute Siberiano").