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Projeto traz as nove sinfonias de Beethoven durante quatro dias

Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen terá 40 músicos regidos pelo estoniano Paavo Järvi

A série aproxima-se das outras artes ao conceber temporadas a partir de recortes temáticos definidos

SIDNEY MOLINA CRÍTICO DA FOLHA

"Nós sempre precisamos de um novo ciclo das sinfonias." A frase do regente estoniano Paavo Järvi faz parte de um documentário sobre o Projeto Beethoven --integral das nove sinfonias do inventor da modernidade musical--, que chega a São Paulo na próxima semana.

Desenvolvido ao longo de seis anos por Järvi e a Filarmônica de Câmara Alemã de Bremen, o projeto já foi apresentado em cidades como Paris, Tóquio e Nova York.

Em São Paulo, as obras serão interpretadas --com os próprios músicos de Bremen comandados por Järvi-- no início de agosto.

Acompanhar cronologicamente a sequência das sinfonias de Beethoven (1770-1827), da primeira, de 1800, à nona, de 1825, é testemunhar uma trajetória que injetou sonhos e agonias demasiadamente humanas no estilo clássico, e que levou o gênero a um impasse.

Se já há ironias nas duas primeiras obras da série, é de fato com a "Sinfonia nº 3" que o artista conquista sua voz madura. Tal como nos poemas de Wordsworth (1770-1850), na "Eroica" os sentidos são construídos também com lacunas e hesitações.

Além da chance de ouvir a pouco lembrada "Sinfonia nº 4" ao lado da célebre "Quinta", o programa do segundo dia será completado com o "Concerto nº 4" para violino do belga Henri Vieuxtemps (1820-1881), tendo como solista a virtuose Hilary Hahn.

Segue-se a "Pastoral" justaposta à "Sétima" --cujo caráter dançante parece ser enfatizado na interpretação do maestro estoniano-- e, finalmente, no encerramento, a genialidade profana da "Oitava" ao lado da "Nona", que contará com destacado elenco de solistas.

Não é comum uma orquestra preparar quatro programas diferentes para apresentar em dias consecutivos. Integrada por 40 músicos, a Filarmônica de Bremen é um grupo pequeno capaz de grandes proezas, e que tem na química com Järvi o seu principal trunfo.

Trazido pelo Mozarteum Brasileiro, o Projeto Beethoven responde à tendência de conceber temporadas a partir de recortes temáticos. É o que aproxima o mundo da música das mostras de arte, cinema e literatura.


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