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Crítica - Ação

Estética visual de quadrinhos devolve o herói a suas origens

CÁSSIO STRALING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

Em meio a tantos super-heróis sorumbáticos que a cada dia ameaçam converter o cinema de ação numa interminável sessão de psicanálise, o retorno solo de Wolverine é, ainda bem, uma exceção.

Com um pomposo "Imortal" acoplado ao nome do protagonista, o novo título da franquia simula agregar conteúdo "filosófico" à saga, com conversa fiada sobre o peso da eternidade, a fragilidade do herói solitário, a desmesura como caminho para a perda da humanidade e temas afins.

Em cinco minutos, porém, o filme já entrega o que o público busca: ação espetacular. Num campo de prisioneiros em Nagasaki, em 9 de agosto de 1945, dois bombardeiros cruzam o céu, e o apocalipse nuclear põe em movimento o destino de Wolverine.

Após uma breve etapa no meio do nada e na companhia de um urso, o mutante embarca de volta para o Japão, onde enfrenta desde ameaçadores gângsteres yakuza até uma monstruosa criatura toda de adamantium, ou seja, um inimigo à altura para Wolverine testar se suas célebres garras são mesmo indestrutíveis.

As três expressões faciais de Hugh Jackman são o suficiente para não chamar mais a atenção que a montanha de músculos do personagem.

Ao lado dele, a estranha Rila Fukushima desempenha com profissionalismo a função de guarda-costas. Do lado contrário, a russa Svetlana Khodchenkova encarna uma Viper memorável, combinando a imagem sexy com um desempenho de canastrona que torna sua vilã linguaruda uma pitada de humor.

O que mais dá certo, porém, é a exploração do cenário nipônico, com sua mistura de tradicionalismo e "high-tech" que duplica e amplifica a natureza ao mesmo tempo arcaica e mutante de Wolverine.

Nesses cenários, o filme devolve o herói a sua origens, ou seja, uma linguagem visual que parece uma HQ em movimento e faz esquecer as frouxas adaptações de quadrinhos para o cinema.


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