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Mostra em Nova York desvenda Le Corbusier

Retrospectiva da obra do franco-suíço tido como pai da arquitetura moderna traz projetos, escritos, pinturas e fotos

Exposição, que fica em cartaz no MoMA até setembro, traduz o modo como ele observou e idealizou as paisagens

DE NOVA YORK

Charles-Édouard Jeanneret, o franco-suíço que se renomeou Le Corbusier (1887-1965), tem mais do que seus trabalhos arquitetônicos expostos em "Um Atlas de Paisagens Modernas", retrospectiva em cartaz até 23 de setembro no MoMA, em Nova York.

Escritos, pinturas, planos urbanos, design e fotografias compõem a maior mostra montada na cidade sobre o pai da arquitetura moderna.

Mais de 300 peças destacadas da coleção do MoMA e da parisiense Fundação Le Corbusier recontam o modo como ele observou e idealizou as paisagens ao longo de sua carreira, desde a juventude na região suíça do Jura até a morte na Riviera Francesa.

"Em vez de fazer uma discussão geral do trabalho dele, em que os clichês usuais apareceriam, foquei nas paisagens como forma de conectar os projetos. Ele foi um arquiteto global que respondeu a situações e paisagens locais", disse à Folha o curador, Jean-Louis Cohen.

Aquarelas de Itália, Grécia e Turquia, esboços na Índia, modelos de projetos de grande escala e quatro interiores reconstruídos integram a mostra, que lembra ainda a passagem do arquiteto pelo Brasil, em giro latino-americano de 1929, durante o qual criou desenhos para São Paulo, Rio e Montevidéu.

Foi no fim dos anos 1920 que Le Corbusier rompeu com as formas prismáticas para desenvolver uma arquitetura mais atenta à paisagem, mudança visível em dois trabalhos na mostra, diz o curador.

A Villa Savoye, em Poissy (França), de 1931, abrange janelas na extensão e vão livre proporcionado por pilotis.

"É tão independente que ele propõe construção similar na Argentina. Por outro lado, a Villa de Mandrot, na Riviera Francesa, da mesma época, usa pedras locais e foi feita para favorecer a paisagem. A partir daí, ele teria menos interesse em desenhar projetos ideais do que em responder a locações específicas."

A provocadora imagem de arranha-céus em Paris, vista em seu Plan Voisin de 1925, que, se implantado teria dizimado parte do centro histórico da capital francesa, está na mostra, resgatando antigas críticas sobre o caráter "megalomaníaco" do arquiteto.

A consciência sobre o valor da publicidade de ideias de impacto e a noção do papel da audiência em sua carreira aparecem na forma de vídeos. "Ele usou projetos como publicidade, para escandalizar. Entendia o significado de mídia e sabia o que estaria na capa dos jornais", afirma o curador.


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