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Feira de arte impressa começa hoje em SP

Quinta edição da Tijuana, na Casa do Povo, tem o dobro de participantes em relação a 2012 e 55 expositores

Evento tem debates com artistas gráficos, oficinas, salas de leitura e mesas com produtos à venda

IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

Na fronteira entre o mercado da arte e o de livros fica Tijuana, feira de arte impressa. A quinta edição, que começa hoje, levará 55 expositores à Casa do Povo, no Bom Retiro (centro de São Paulo).

O número de participantes mais que dobrou em relação à última edição da feira, até o ano passado realizada na Galeria Vermelho.

"O evento está mais potente e com mais variedade", diz Ana Luiza Fonseca, editora e criadora da Tijuana.

Além de poder receber mais público, o novo local permitiu incluir outras atrações, além das mesas com os livros, pôsteres e até camisetas impressas --tudo à venda.

Sala de leitura, debates com artistas, filmes e oficinas de serigrafia e encadernação fazem parte da programação, que acaba amanhã.

"Queremos resgatar a ideia de experimentação cultural, de circulação de conteúdo", diz Benjamin Seroussi, curador da Casa do Povo.

BOLHA DE LIVROS

O grande aumento de participantes mostra o que alguns editores da área consideram a bolha de crescimento dos livros de artista autoeditados, feitos por coletivos ou pequenas editoras.

"A distribuição é o nó, poucos chegam às livrarias", diz a artista Fernanda Grigolin, autora de "Experiências de Artistas: Aproximações Entre a Fotografia e o Livro", vencedor do prêmio Marc Ferrez em 2012.

A obra, que será lançada na feira, discute o lugar do livro como espaço para as artes visuais.

O formato das feiras parece mais afinado com esses livros, que não foram pensados para ficar enfileirados nas prateleiras das livrarias convencionais, nem para serem expostos em galerias, segundo Grigolin.

"Nas feiras, as pessoas que só vão a livrarias, ou só a galerias, ou a nenhuma das duas têm acesso a essas obras. Além de divulgar seu trabalho, você forma público", diz Grigolin.

Além disso, elas são um ótimo ponto de venda. "Em dois dias de feira vendo o mesmo que em seis meses nas lojas ou on-line", diz o artista holandês Erik van der Weijde, dono da editora 4478zine. Segundo ele, ainda é muito difícil vender livro de arte no Brasil.

Essa dificuldade ocorre, em parte, pelo medo do preço alto. "Livro de artista pode custar de R$ 1 a R$ 1.000. Vai do xerox à obra com impressão numerada", diz Grigolin. Ela diz que muitos autores e editores querem mesmo ter preço acessível. "Tem essa coisa meio utópica de chegar às pessoas, garantir a reprodutibilidade da obra."

Do outro lado, o que move o comprador é um instinto para colecionar. Assim como um certo fetiche, diz o artista holandês. "Tem muita gente que curte o papel, a sensação tátil. Para essas pessoas, o livro de arte é ainda mais desejável que o convencional."


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