Folha de S.Paulo

Festival apresenta em SP fusão de jazz com músicas afro e latina

DE SÃO PAULO

A fusão de jazz e músicas africana e latina, que se acentuou muito a partir dos anos 1950 --numa espécie de reencontro entre as raízes e o seu fruto mais refinado e livre-- rendeu discos, cenas e subgêneros riquíssimos (vide a bossa nova)

A partir de hoje até o dia 1º de setembro, em São Paulo, parte desse movimento, que segue de vento em popa, passará pelo Sesc Pompeia, durante a terceira edição do festival Jazz na Fábrica.

Além de nomes consagrados do jazz americano, como a cantora Cassandra Wilson, o pianista McCoy Tyner e o saxofonista Roscoe Mitchell, o festival terá expoentes do jazz africano como Afrikkanittha (Angola), Richard Bona (Camarões) e latinos e brasileiros como Edsel Gomez (Porto Rico) e João Donato.

A todo, serão mais de 30 grupos e músicos solo.

PERIFERIA

Os olhos desta edição, segundo seu curador Thiago Freire, estão voltados para a periferia, para as "contaminações mútuas" dos gêneros musicais que foram se fundindo, experimentando e ampliando o universo jazzístico.

E é com um nome de peso que os trabalhos serão abertos. Hoje, amanhã e domingo, o pianista McCoy Tyner, que se consagrou acompanhando John Coltrane (é dele o piano em "A Love Supreme", por exemplo), se apresenta na choperia.

Tyney, considerado um dos músicos mais elegantes em sua performance, esteve no Brasil em 2012, quando se apresentou com seu quarteto na Virada Cultural.

Além de "standards" e músicas de seu mais famoso parceiro, esta será a chance de conferir peças de seu trabalho solo, igualmente refinado e melódico.

Outro nome aguardado do Jazz na Fábrica é o da cantora Cassandra Wilson, alçada à fama desde o começo dos anos 1990, quando lançou pela Blue Note Records o disco "Dawl Blue Light Til".

De timbre forte e aveludado, Cassandra se apresentará entre os dias 9 e 11 de agosto, no teatro --parte da programação também acontece na choperia do Sesc.