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Grifes de Clô Orozco aderem ao modelo de estilistas anônimos

Após morte da dona das marcas Huis Clos e Maria Garcia, seis pupilos criam coletivamente

Grupo, que passa por dificuldades financeiras há dois anos, quer terceirizar serviços em nova gestão

PEDRO DINIZ MÔNICA CARDOSO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No próximo mês, será fechado o espaço no qual a estilista Clô Orozco, morta em março, concebia as roupas de suas marcas Huis Clos e Maria Garcia e os vestidos da linha de festa com seu nome.

O grupo Huis Clos se mudará para nova sede no mesmo bairro, a Barra Funda, em São Paulo, com um terço do tamanho da fábrica de 6.000 m² que hoje abriga toda a produção das três etiquetas.

Será o primeiro passo da tentativa de reerguer as grifes femininas que viraram símbolos de elegância e que há dois anos passam por dificuldades financeiras.

No próximo dia 22, chegam às lojas as últimas coleções assinadas por Clô, que teve o corpo encontrado num jardim ao lado do prédio onde morava, no bairro de Higienópolis --desde o início das investigações a principal hipótese foi a de suicídio.

Em outubro, a primeira coleção da nova fase será apresentada a compradores.

As peças, a cujos croquis a Folha teve acesso, foram criadas por seis estilistas, pupilos da designer, que agora respondem por todo o departamento de criação do grupo.

"Fizemos 30% da coleção do próximo inverno sem estilista-chefe, repaginando criações de Clô e alinhando a tendências internacionais", diz Francisco Maldonado, o Kiko, novo gestor do grupo.

Idealizador da Tkts, marca jovem que foi sucesso nos anos 1980 e 1990, o executivo já havia sido procurado pela estilista como consultor da reestruturação do grupo.

"No dia em que Clô morreu, haveria uma reunião com o Kiko", diz o sobrinho-neto Bruno Ricchetti. Ele e o primo, Rafael Ricchetti, são os novos diretores do grupo.

Maldonado chegou há quatro meses. "O alto custo de produção e más gestões geraram um buraco. Vamos reduzir gastos e terceirizar parte da produção."

As peças mais elaboradas serão produzidas por membros da atual equipe, e as mais simples, compradas de oficinas, que receberão tecidos e modelagem. "Fazer alfaiataria custa uma fortuna."

Mudanças estão previstas para a Maria Garcia, que, criada para mulheres jovens, tem custos de produção similares aos da sofisticada Huis Clos.

"Podemos fazer licenciamentos, aumentar a presença em multimarcas", diz Maldonado. "A Huis Clos deve seguir no estilo ateliê, disputando com grifes internacionais. Fazemos BMW, não Fusca."

SEMANAS DE MODA

Por ora, o grupo não cogita voltar às passarelas. A último desfile foi em outubro, quando a Maria Garcia mostrou seu inverno 2013 na São Paulo Fashion Week. Há dois anos, a Huis Clos não vai à semana de moda paulistana.

"Paramos devido aos custos. Um desfile da Huis Clos com tudo o que a Clô gostava saía por R$ 120 mil, e o da Maria Garcia, metade disso", diz a gerente de marketing Valentina Faro. "Preferimos fazer catálogos e campanhas."

Os gestores mostram interesse em ações similares às da grife Alexander McQueen após a morte do estilista, em 2010. A marca deu um salto de vendas ao investir em linhas mais acessíveis e marketing agressivo, cedendo acervos a exposições. "Não descartamos a ideia de exposição", diz Maldonado. "Mas a hora é de pôr o pé no chão."


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