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Hava Nagila, Hava Nagila, Hava Nagila

Documentário americano que estreia amanhã no Brasil investiga tema judaico gravado por Elvis e pelo Anthrax

CASSIANO ELEK MACHADO DE SÃO PAULO

Em um dado momento de seu primeiro show profissional em Nova York, em 1961, num extinto bar no Greenwich Village, Bob Dylan foi ao microfone e anunciou: "E agora uma canção estrangeira que aprendi em Utah".

Nos 41 segundos seguintes, acompanhando-se de vigorosas batidas de violão e de ataques "bluesísticos" de gaita,ele entoou aquela que deve ser a versão mais peculiar já registrada de "Hava Nagila".

E este não é, creia, um censo fácil de ser realizado.

"Hava Nagila (O Filme)", documentário da norte-americana Roberta Grossman, mostra que poucos "produtos culturais" tiveram, em tão pouco tempo, tantas e tão variadas interpretações mundo afora quando a tradicional canção judaica.

Um trio anônimo de belas violinistas na Estônia tocou; os bonecos dos Muppets e os personagens de "Os Simpsons" dançaram; a lenda do jazz Lionel Hampton, o rei do rock, Elvis Presley, e a primeira dama da salsa, Celia Cruz, já gravaram.

Esses e outras dezenas de exemplos, incluindo "Talkin' Hava Negeilah Blues", de Dylan, estão no filme de Grossman, que será exibido pela primeira vez no Brasil amanhã, no Centro da Cultura Judaica, em São Paulo, como atração da 17ª edição do Festival de Cinema Judaico.

Com 72 minutos de duração, o filme, concluído no ano passado, vai além, bem além, desta colagem de gravações idiossincráticas.

"Cresci numa família judaica de Los Angeles e desde o útero de minha mãe ouvia Hava Nagila' em todas as festas que ia. Sabia que havia algo importante na música", conta à Folha, por telefone, a diretora do filme. "Mas então descobri que ninguém sabia nada a respeito dela."

Teria cem ou mil anos? Alguém teria sentado e escrito a canção ou ela teria descido milagrosamente do alto do Monte Sinai? O que significaria a letra da música?

Grossman passou três anos fuçando por respostas a perguntas como essas. E seu filme, veremos algumas páginas adiante, mostra que a "canção estrangeira" que Bob Dylan diz ter aprendido em Utah não vem exatamente do Meio-Oeste americano.


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