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Crítica - Terror

'Os Escolhidos' foge do horror explícito e instiga o espectador

ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA

Nos últimos anos, o cinema de horror tem sido dominado por alguns subgêneros: temos o "torture porn" ("pornô de tortura") de "Jogos Mortais" e "O Albergue", que basicamente se resume a um jogo sádico onde vítimas são estraçalhadas por um vilão misterioso, ou o "found footage" ("filmagens encontradas"), que inventam cenas supostamente "reais" para aumentar o medo, caso de séries de sucesso como "Atividade Paranormal" e "Rec".

Por isso é reconfortante saber que ainda existem filmes como "Os Escolhidos", que, embora não seja nenhuma obra-prima, pelo menos ressuscita um estilo de cinema fantástico que parecia morto e enterrado: o que assusta pela sugestão.

A história é manjada: família de classe média começa a ser assombrada por aparições de "espíritos" e acontecimentos bizarros, como ver toda a mobília da casa empilhada em estranhas esculturas.

No princípio, os pais, Lacy (Kerri Russell) e Daniel (Josh Hamilton), acreditam se tratar de brincadeiras dos filhos, o adolescente Jesse (Dakota Goyo) e o pequeno Sam (Kadan Rockett). Mas logo o casal descobre que alienígenas estão de olho na família. Sam começa a ter pesadelos com seres que descem do céu e faz desenhos onde ele próprio aparece cercado por criaturas.

Não há nada muito inovador em "Os Escolhidos". Há ecos de "Contatos Imediatos de Terceiro Grau" e uma desnecessária incursão pelo artifício narrativo típico da série "Atividade Paranormal" (os pais colocam câmeras nos quartos dos filhos para tentar flagrar os "espíritos").

Mas o diretor, Scott Stewart, mostra talento ao criar um clima de suspense sem precisar, de fato, mostrar as criaturas, preferindo focar nas reações da família e em pistas que o roteiro vai espalhando pelo caminho (marcas, pegadas, etc.).

Numa época de superexposição e YouTube, em que nos acostumamos a ver e rever tudo e de todos os ângulos possíveis, é bom saber que existe um filme que ainda deixa algo para a imaginação do espectador.


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