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Crítica romance

William Kennedy descreve as imagens afetivas do pós-guerra

SANTIAGO NAZARIAN ESPECIAL PARA A FOLHA

O norte-americano William Kennedy é conhecido principalmente por seu "Ciclo de Albany", conjunto de romances que inclui a trilogia da boêmia família Phelan, do qual a obra mais famosa é "Ironweed", que lhe rendeu um Pulitzer.

No quinto volume desse ciclo, "Velhos Esqueletos", acompanhamos Orson Purcell, um escritor de meia-idade que, após uma crise psicótica, volta de seu serviço no Exército, na Alemanha, para morar com o pai em Albany (EUA) na década de 1950.

Seu pai, Peter, é um pintor em ascensão que não o reconhece como filho e vive para sua obra.

Mergulhando nos quadros do pai, Orson desdobrará uma série de crônicas familiares de quatro gerações, enquanto busca seu próprio papel na história.

A linda passagem em que Peter resolve trocar às pressas a iluminação a gás por luz elétrica na casa da família, para iluminar o velório da mãe. O surto de seu tio-avô, Malachi, que acredita que a mulher está possuída. São todas imagens afetivas dos EUA pós-guerra, descritas com virilidade por Kennedy.

"Estou sugerindo que toda sua obra, e portanto sua vida, é uma paródia do subconsciente que você tanto reverencia. Estou sugerindo que você não consegue levar a sério nem mesmo a parte mais profunda de si, que tem problemas para admitir sua condição humana, bem como a condição do seu filho, que você trata como uma de suas obras" diz Orson.

Tudo culminará com a leitura de um testamento, que sedimentará a estrutura familiar e assegurará o legado dos Phelan.

A estrutura intrincada e fragmentada do romance torna por vezes difícil ao leitor não familiarizado com os personagens seguir o épico familiar. Talvez por isso tenha se impresso uma árvore genealógica no início do livro. Mas a obra também pode ser apreciada por suas crônicas isoladas, que equilibram lirismo, violência e humor.


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