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Da selva para Veneza

Temas ecológicos são um ponto comum aos dois únicos representantes brasileiros no festival de cinema italiano, que começa na quarta

RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO

A participação brasileira na 70ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que começa na próxima quarta-feira, será pequena e "verde".

Os dois únicos representantes do país no último festival de grande prestígio do ano chegam à Itália com temas ecológicos. "Amazônia "" Planeta Verde" é uma coprodução milionária entre Brasil e França, que encerra o evento; "Night Moves" é um filme americano sobre ecoterroristas financiado pelo paulista Rodrigo Teixeira ("Heleno"), da RT Features, que entra na competição oficial.

"O tema é uma feliz coincidência. Não vejo tendência de se fazer um cinema com temática sustentável' ou ecológica'", diz Lourenço Sant'Anna, um dos produtores brasileiros de "Night Moves". O drama, da diretora alternativa Kelly Reichardt ("Wendy e Lucy"), é sobre um trio de ativistas verdes (Jesse Einsenberg, Dakota Fanning e Peter Sarsgaard) que planeja explodir uma barragem como forma de protesto.

"É um filme americano bancando por uma empresa brasileira", explica Teixeira, sócio da RT Features. "Mas a presença no festival coloca a empresa em outro patamar."

"Night Moves" ganhou um lugar na mostra competitiva de Veneza pelo Leão de Ouro, algo que não acontece com o Brasil desde 2008, quando "Plastic City" e "Terra Vermelha", duas coproduções da produtora paulista Gullane Filmes, entraram na seleção oficial do festival.

Desta vez, a empresa brasileira retorna para Veneza encerrando o festival com seu projeto mais ambicioso. "Amazônia "" Planeta Verde", dirigido pelo francês Thierry Ragobert ("O Planeta Branco), O filme, totalmente em 3D, custou cerca de R$ 26 milhões. Conta a história de um macaco-prego que precisa sobreviver na floresta amazônica após um acidente de avião.

"Não filmamos em Ubatuba", brinca o produtor Fabiano Gullane. "O longa foi 100% rodado na Amazônia ao longo de três anos, sempre com duas equipes gigantes de captura de imagens na selva. Chegamos a alimentar 188 pessoas em um dia."

O produtor diz não acreditar que o tema ecológico tenha ajudado a presença em Veneza. "Não acho que existe uma crise ou má vontade com o cinema brasileiro. Os temas dos festivais podem coincidir com a nossa produção, mas também acontece de não combinar. É um ciclo", afirma.

A produção mais cara feita na Amazônia será exibida em outro lugar de prestígio antes de estrear na França (novembro) e no Brasil (dezembro, provavelmente). Ela vai abrir o Festival do Rio, em 26 de setembro.

SELEÇÃO FORTE

Apesar da competição do Festival de Toronto, que começa em 5/8, desviando a atenção dos estúdios americanos, Veneza aparece forte.

A abertura ficará sob a responsabilidade de "Gravidade", ficção científica em 3D do diretor mexicano Alfonso Cuarón com George Clooney e Sandra Bullock.

Terry Gilliam ("O Pescador de Ilusões") mostra seu "The Zero Theorem", com Christoph Waltz ("Django Livre").

O evento reunirá os novos filmes de Amos Gitai ("Ana Arabia"), Hayao Miyazaki ("Kaze Tachinu") e Stephen Frears ("Philomena"), além de documentários esperados sobre Lance Armstrong ("The Armstrong Lie"), o grupo Femen ("Ukraine Is Not Brothel") e política americana ("The Unknown Known: The Life and Times of Donald Rumsfeld, dir: Errol Morris").


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