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Crítica - Comédia

'Se Puder... Dirija!' não funciona como 3D, comédia ou filme para público infantil

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

"Uma comédia de parar o trânsito" e "3D" são as expressões que a criativa equipe da campanha de divulgação de "Se Puder... Dirija!" escolheu para divulgar o longa.

Ao término da sessão, o pobre pagante vai se sentir mais uma vítima de propaganda enganosa, mas não terá como recuperar seu dinheiro (e tempo) perdido.

Primeiro, porque, com exceção da primeira imagem de Luiz Fernando Guimarães passando sob palmeiras na entrada da casa da ex-mulher, nenhuma cena do filme faz a menor diferença se vista no formato tradicional de projeção (e que custa, claro, bem menos do que um ingresso da exibição em 3D).

Segundo, porque a palavra "comédia" leva a crer que o filme será engraçado, com um piadas que funcionam. Seu humor, porém, só tem poder sobre quem consegue rir de um cara gordo que solta gases fedidos, de um cachorro com problemas intestinais, de um homem apertado para fazer xixi e de ruídos fecais num vaso sanitário.

Sim, há um pouco de humor, mas involuntário, nas muitas cenas em que aparecem carros, oportunidade para emplacar o logo da Renault, detentora de uma cota gorda da produção. É risível que no estacionamento onde se passa parte da história e no tranquilo trânsito do Rio todos os veículos sejam da marca francesa.

Na maior parte do tempo, os esforços para fazer graça dependem dos atores, mas mesmo Luiz Fernando Guimarães parece mais perdido e entediado que seu personagem.

Ao lado dele, o garoto Gabriel Palhares não sai do molde "criança que sabe decorar frases", enquanto o resto do elenco tenta não fazer cara de "o que eu vim fazer aqui?".

Talvez a intenção tenha sido produzir um filme para crianças, sobre uma família que acabou e conduzir a um final edificante. Mas com a oferta de animações inteligentes e de ritmo alucinante que o público infantil tem a qualquer hora, fica difícil imaginar que mesmo os muito pequenos não achem uma enganação um filme em 3D em que nada pula em cima da gente, a não ser a marca do patrocinador.


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