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Análise

Espectador deve saber distinguir entre a magia e a empulhação

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

Você já viu uma criança pequena com óculos 3D levantando de sua poltrona no cinema e erguendo a mão no ar para agarrar um floco de neve ""ou uma bolha de sabão ou uma borboleta"" que vem em sua direção?

A cena resume o encanto do 3D (e, de certa forma, justifica sua existência): a técnica pode amplificar a sensação de imersão no filme e, assim, enriquecer a experiência cinematográfica.

Mas o fato é que a indústria hollywoodiana, que viu no 3D uma tábua de salvação contra a pirataria, tem tratado adultos como crianças, "atirando" machados, piranhas e pares de seios em direção ao público.

Entre a magia e o truque, entre o encantamento e a empulhação, criou-se um Fla-Flu do 3D, com defensores e detratores apaixonados.

Roger Ebert, que foi o crítico americano mais popular das últimas décadas, estava neste último campo, argumentando que a terceira dimensão deveria ser criada pela imaginação do espectador. É um bom argumento, mas talvez a verdade seja bem mais simples: cada caso é um caso.

Há filmes que são criados para o formato tridimensional e sabem utilizá-lo para oferecer uma nova experiência, como "Avatar", "A Invenção de Hugo Cabret" ou "A Vida de Pi". Em geral, são obras que "diminuem" quando vistas em 2D.

Há filmes, novos ou antigos, que são feitos em 2D e convertidos na pós-produção para o 3D.

Nesse grupo, há conversões toscas ("Thor", "Fúria de Titãs") ou cuidadosas (dizem que é o caso do recauchutado "Jurassic Park").

E existe, por fim, um problema crônico de exibição no Brasil, que transforma filmes em 3D ""que, grosso modo, oferecem imagem com menos luminosidade"" em um passeio no breu e deixa crianças e adultos com dor de cabeça.

Em todos os casos, para o público vale o velho ditado: o importante é saber o que se está consumindo para não levar gato por lebre.


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