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Moleskine, fragmentos e fotos reinventam o diário

Textos curtos e imagens fortes marcam novo trabalho de Heloisa Prieto

Projeto gráfico de 'Escrita Secreta' nasceu de um desafio proposto pela escritora a jovens fotógrafas e designer

Heloisa Prieto é nome conhecido na literatura brasileira, em particular na infantojuvenil. Tem 52 livros publicados, além de inúmeros trabalhos de organização de séries e coleções. Mas nada disso se parece com seu novo livro.

Na verdade, "Escrita Secreta" não se parece com nada que está nas livrarias. Tem formato de moleskine, fotos em quase todas as páginas, diagramação ousada, citações e textos fragmentados.

Numa difícil tentativa de classificá-lo, talvez a melhor seja "diário contemporâneo", para usar expressão pinçada da conversa com a autora.

"Gosto muito de diários", diz Prieto. "Mas a ideia desde o início era criar algo inclassificável. Já sentia isso quando propus o desafio às meninas."

As "meninas", na faixa de 22 e 23 anos, são Priscila Nemeth e Anne Checoli, fotógrafas, e Eugênia Hanitzsch, designer. São praticamente coautoras do livro, criando o suporte visual para os textos.

O projeto veio de "Jokerman", conto que aparece no livro como seu trecho mais "convencional", pelo menos na forma. Na temática, tem algo de gótico a história de Sara, mulher angustiada que visita um acampamento cigano.

A autora escreveu o conto "há muito tempo" e, em 2009, assinou contrato de publicação a partir de uma versão reduzida, para talvez transformá-lo em romance.

Ao mesmo tempo, Prieto revirava sua "caixa de ideias", como diz, e eram tantos textos inacabados que ela decidiu não apenas juntar tudo aquilo, mas escrever outros.

Na abertura de "Escrita Secreta", quis apresentar a obra. Em um jorro poético de exemplificações, como "cartas rasgadas", "mensagens apagadas" ou "fiapos de personagens", fez um texto tão fragmentado como os seguintes.

A primeira a entrar para o projeto já estava perto. Priscila é filha da autora e faz trabalhos de foto com a amiga Anne. Outra amiga, Eugênia, veio para "dar corpo ao livro".

O medo é tema forte nos textos. O que encerra o livro, o mais recente do material, trata de uma caminhada apavorada da narradora nas ruas da cracolândia paulistana.

"Escrita Secreta" não é infantojuvenil. "Não acredito em faixa etária para classificar livros, é uma limitação. Acredito, sim, na divisão por gêneros, e é por aí que enxergo a maior ruptura em relação aos outros que escrevi."

Para Prieto, sua narrativa sempre carrega algo da estrutura do folhetim, encerrando um episódio na vida dos personagens. Desta vez, a fragmentação deixa tudo solto. "Não sabia como reagiriam. E o retorno é ótimo. Uma amiga disse que vai comprar 15, para dar de presente!"


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