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Música

Ópera faz paralelo entre Don Juan e Drácula

Em 'Don Giovanni', o diretor cênico Pier Francesco Maestrini aproxima histórias dos personagens magnetizantes

As sete récitas no Theatro Municipal de São Paulo terão direção musical do israelense Yoram David

JOÃO BATISTA NATALI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Theatro Municipal de São Paulo estreia amanhã, em temporada de sete récitas, "Don Giovanni", de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), com direção musical do maestro israelense Yoram David e direção cênica do italiano Pier Francesco Maestrini.

Cenários e figurinos foram originalmente produzidos pelo Teatro Municipal de Santiago, do Chile.

Baseado em Don Juan, desalmado mulherengo, criado em 1630 por Tirso de Molina, "Don Giovanni" foi a 17ª ópera escrita por Mozart em sua curtíssima vida de 35 anos.

Foi também a segunda das três peças líricas que escreveu em parceria com o engenhoso poeta italiano Lorenzo da Ponte (1749-1838).

A ópera estreou em Praga, em 1787, e sobre ela o compositor Richard Strauss, que também foi um dos maiores maestros do século 20, afirmou ser dificílima e cheia de armadilhas, impossível de ser regida pelo automatismo de sua sequência musical.

Produzida pela última vez em São Paulo em 1999 (regência de Jamil Maluf, no Teatro Alfa), e em Campinas em 2005 (regência de Cláudio Cruz), "Don Giovanni", ambientado na Sevilha do século 17, traz em dois atos a história de um sedutor, que já levou para a cama, só na Espanha, 1.003 mulheres --segundo o catálogo de Leporello, seu criado.

Mas ele fracassa nas duas últimas tentativas. Não consegue seduzir a camponesa Zerlina, nem Donna Anna, cujo pai, o Comendador, ele mata em duelo e que volta em cena sob a forma de estátua, para exortá-lo a se arrepender dos pecados.

Irredutível, Don Giovanni é catapultado para o inferno.

Na atual montagem, o diretor cênico Maestrini trabalha com o paralelo entre Don Juan e o conde Drácula: uma comunidade sã é afetada por um personagem magnetizante, irresistível, que vem de fora e parte para a destruição dos valores dela. Para não sucumbir, a comunidade se alia a forças sobrenaturais.

No papel título se revezam o italiano Nicola Ulivieri e o brasileiro Leonardo Neiva; como Leporello, Davide Luciano e Saulo Javan; Donna Anna é cantada por Andrea Rost e Luciana Melamed.

Enea Scala e Pablo Karaman fazem Don Ottavio, namorado de Donna Anna; Monica Baccelli e Adriane Queiroz estão no papel de Donna Elvira, ex-seduzida e ainda apegada a Don Giovanni; Norbert Steidl e Felipe Oliveira são Masetto, noivo de Zerlina; para interpretá-la, Luisa Kurtz e Carla Cotini; Jens-Erik Aasbo e Marcelo Otegui fazem o Comendador.

As cenas se passam diante de imensos painéis com predominância de cores escuras, tornando sugestiva a iluminação dos cantores.


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