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Crias de Bertazzo dançam 'ciclo da vida'

Concepção do espetáculo é de Sergio Ignacio e Rubens Oliveira, que atuou na extinta companhia do coreógrafo e educador

'Grão' mistura no palco dançarinos de diferentes faixas de idade, profissões e realidades sociais

ANA CRISTINA TEIXEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A trupe do espetáculo de dança "Grão", que entra em cartaz hoje em São Paulo, em curta temporada, aglutina pessoas de diferentes idades, profissões, realidades sociais e percepções de mundo.

O interesse dessa mescla está na possibilidade de criar um contexto em que a troca de experiências provoque uma alquimia potente para falar do ciclo da vida, tema central da peça.

Esse jeito de trabalhar está associado à vivência dos autores da montagem, que estudaram e dançaram com Ivaldo Bertazzo, do projeto Cidadão Dançante.

À frente da coreografia está o bailarino Rubens Oliveira, que atuou por oito anos na Cia. Teatro Dança Ivaldo Bertazzo. Em "Grão", assina a concepção e a direção em parceria com o psicanalista e jornalista Sergio Ignacio.

"Grão" é o segundo trabalho da dupla. O primeiro foi "Carretel", que estreou em 2012, reunindo os colegas da extinta companhia de Bertazzo que sentiram vontade de continuar, motivados pela recepção de público e crítica.

Oliveira, como coreógrafo, e Ignacio, como roteirista e dramaturgo, seguem no trabalho mais autoral.

Na nova criação, o elenco explorou possibilidades de estudos de corpo a partir do método de Bertazzo (que prima pela reeducação do movimento e dos gestos na formação da individualidade). Foram oito meses de trabalho envolvendo 33 dançarinos na faixa entre 20 e 62 anos.

A singularidade e a trajetória dos integrantes do grupo acionam a dramaturgia. O "grão", aqui, é uma metáfora da transformação, do tempo, da união, do colher, da morte, do homem.

Segundo Oliveira, o título nasceu de uma viagem à África do Sul, em 2012, para onde foi a fim de aprimorar seus conhecimentos em dança. Ele queria uma lembrança simbólica do país. Um colega, entendendo o pedido, levou-o até um morro e lhe deu um punhado de terra.

Ao chegar ao Brasil, ele presenteou os amigos oferecendo grãos da terra a cada um. Para Ignacio, esse ato foi repleto de significados: "A terra é o contêiner, a casa de um dos elementos mais antigos do mundo; desde que o mundo existe, existe grão."

Em uma ação conjunta de criação, eles se debruçaram numa pesquisa ampla sobre o "grão e sua analogia com a vida", diz Ignacio.

Na explicação da dupla, a coreografia busca a aproximação com o público, fazendo com que ele se reconheça como pertencente ao universo que se desenha a cada cena, por meio de questões que tratam do ciclo da vida e que se revelam em movimento.


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