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Série global usa corrupção e política para fazer humor

Dona de casa se torna prefeita de cidade fictícia em 'A Mulher do Prefeito'

Denise Fraga volta à TV aberta em novo programa que pretende usar a comédia como veículo de reflexão

CAMILA CARON DE SÃO PAULO

Depois de quase quatro anos fora da programação da TV aberta, Denise Fraga estreia no dia 4 de outubro na série "A Mulher do Prefeito", que é uma coprodução da Globo com a O2 Filmes.

Esta é primeira vez que a atriz contracena com Tony Ramos. Os dois até já estiveram no mesmo elenco, mas não tinham se encontrado em cena. Na trama, ela é Aurora, primeira-dama e vice-prefeita de Pitanguá, e ele faz Reinaldo, prefeito do município.

Adestradora de cães e dona de casa, Aurora se vê obrigada a assumir a prefeitura depois que o marido é deposto, acusado de desvio de dinheiro para a construção de um estádio "padrão Fifa". Segundo o diretor-geral, Luiz Villaça, a cidade fictícia é "visualmente uma mistura de quatro ou cinco cidades" e "absolutamente atemporal".

A personagem também descobre que Reinaldo a traía e aquela família vai se desmanchando. "É um tema atual, em que a comédia encontra caminho, e nada melhor do que a comédia para analisar e criticar certas coisas", diz Tony Ramos.

É por meio de tal comédia que o diretor e a equipe pretendem fazer o público tanto rir quanto refletir sobre as relações familiares e a política.

"É como se hoje eu não conseguisse mais fazer graça pela graça. Isso porque acredito no humor como veículo de reflexão. E o Luiz [Villaça] também, as nossas ideias já saem assim", conta Denise, que é mulher do diretor.

"Como diria Chaplin, a comédia de perto é uma tragédia de longe, e acho que estamos fazendo um pouco disso em A Mulher do Prefeito'", comenta Villaça.

Para tocar "A Mulher do Prefeito", Villaça trouxe toda a equipe criativa de "3 Teresas", série que dirige no canal pago GNT e que também tem Denise Fraga no elenco.

Segundo o diretor, as séries diferem tanto na temática, quanto no público em potencial. Para ele, no canal por assinatura há uma audiênciamais definida, enquanto a TV aberta oferece a possibilidade de um projeto vir a ser mais popular.

CAMA, MESA E BANHO

É de pijama, tomando café da manhã na cama, que Aurora discute política com Reinaldo e as decisões tomadas por ele durante sua gestão.

"Estamos falando de um cenário político que está aí há muito tempo. A ideia é olhar de perto e com humor, colocá-los de cueca, algo que a gente nunca viu", diz Denise.

A ideia de colocar ex-prefeito e prefeita de calças curtas é de Villaça e do diretor e roteirista Maurício Arruda.

A história foi apresentada ao diretor de núcleo da Globo, Maurício Farias, que escalou os autores Bernardo Guilherme e Marcelo Gonçalves, de "A Grande Família", para compor a trama.

A continuidade da história é dada pelo triângulo amoroso formado pelo casal protagonista e o assessor dos políticos e pelas soluções caseiras encontradas por Aurora para resolver os problemas do município.

Mesmo tendo como pano de fundo conflitos na administração pública, o projeto original não foi afetado pela sequência de protestos contra a corrupção e a Copa.

"Decidimos não usar o que estava acontecendo e seguir com nosso objetivo. Acho legal que a nossa série seja realmente uma ficção", afirma Villaça.

JANELA PARA O CINEMA

"A Mulher do Prefeito" está sendo inteiramente gravada em São Paulo, em locações como um estádio de futebol, um pesqueiro e um terreno baldio em Paraisópolis, zona sul da capital.

Foi a intenção de captar cenas fora do Rio, para dar à série ares de interior paulista, que levou a Globo procurar pela O2 Filmes, produtora que tem em seu currículo séries como "Som e Fúria" (2009) também exibida na emissora.

De acordo com Villaça, a mobilidade abre a janela de um novo mundo para produções de televisão aberta.

"A gente não está em estúdio em nenhum momento. Só isso já gera um caminho muito mais próximo do fazer cinema'", completa o diretor.


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