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Thundercat une psicodelia de Stevie Wonder a batida eletrônica

Baixista, ex-Suicidal Tendencies, transita por estilos diversos em segundo álbum solo, considerado um dos melhores do ano

CLAUDIA ASSEF COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pense em um músico versátil. Agora pense em um músico com superpoderes para transitar do palco da cantora de soul Erykah Badu até a banda de pós-punk Suicidal Tendencies, passando por turnês com o mestre Stanley Clarke, o rapper Snoop Dogg e os Red Hot Chili Peppers.

Esse é o norte-americano Stephen Bruner, 28, também conhecido como Thundercat.

Nascido em Los Angeles, filho de Ronald Bruner Sr., baterista clássico de jazz que acompanhou Diana Ross, ele começou a tocar baixo aos quatro anos, empolgado com a habilidade do pai e com a possibilidade de formar uma banda com o irmão, Ronald Bruner Jr. --este, mais tarde, tocaria com Wayne Shorter e ganharia um Grammy.

Sua carreira começou oficialmente aos 16 anos, quando assumiu o baixo do Suicidal Tendencies, mas talvez 2013 entre para a história como o pulo do gato, literalmente, para Thundercat.

Seu segundo álbum, "Apocalypse", lançado em julho passado, já figura entre os melhores do ano em sites como o Pitchfork e o jornal inglês "The Guardian".

"Tem sido [um ano] muito legal, apesar das viagens. Mas o mais importante é que tenho estado perto de amigos queridos e do meu irmão", diz Thundercat em entrevista à Folha, por telefone.

O apelido, como se pode imaginar, vem da paixão do músico pelo desenho "Thundercats", uma de suas manias de garoto da qual ele prefere não se livrar. "É o meu programa favorito. Eu adoro. Meus pais até chegaram a se preocupar, não entendiam por que eu gostava tanto e achavam que podia ser uma má influência. Mas o máximo que fiz foi tatuar o símbolo do desenho duas vezes", conta.

ÍDOLO BRASILEIRO

Há alguns meses, boatos diziam que ele viria ao Brasil com seu atual produtor e amigo Flying Lotus, como parte da banda de apoio de Herbie Hancock, o que não ocorreu. "Ele é alguém com quem ainda quero viajar tocando. Eu e Lotus estamos trabalhando com Herbie neste momento, mas nem nós sabemos se isso renderá um álbum. Só posso dizer que é uma honra trabalhar com alguém de quem eu sempre fui fã", conta.

Com Flying Lotus, um dos atuais gênios da música eletrônica e produtor de seus dois discos solo, ele já esteve no Brasil, em 2009."Quando estive em São Paulo com o Lotus foi legal, pude passear, ouvir boa música. Adoro comprar discos e me lembro que comprei um da Gal Costa em que ela aparece pelada na capa e vários do Marcos Valle. Aliás, adoraria poder fazer música com ele quando voltar ao Brasil, é um dos meus grandes ídolos", diz.

De voz versátil e melodias com baixo e piano psicodélicos, o músico já foi comparado a Stevie Wonder. "É algo completamente alucinante. Espero que um dia eu possa chegar aos pés dele, mas acho que é demais. Estou só começando minha carreira como artista, tenho dois discos gravados, então tem muita coisa pra fazer ainda", diz.

ORGULHO NERD

Sua história com a música eletrônica vem de muito tempo atrás. "Curti muito 4Hero, Squarepusher, tenho vários amigos DJs. Mas sou o tipo do cara que não sai pra dançar, sou nerd. Envolvi-me naturalmente com a música eletrônica. Hoje em dia dificilmente os músicos gravam sem passar por uma intervenção eletrônica", finaliza.


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