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Mostra de filmes independentes começa hoje

Jean-Claude Brisseau, com sua paixão e seu 'pornô soft', e o chinês Wang Bing são homenageados na Indie 2013

Além de retrospectivas, festival traz novas obras de fora do circuito comercial; entrada para as seções é gratuita

SÉRGIO ALPENDRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Começa hoje um dos festivais mais aguardados do calendário de cinema de São Paulo, o Indie 2013 - Mostra de Cinema Mundial, evento dedicado a obras que raramente chegam a nosso circuito comercial.

O Indie tem sido importante principalmente pelas retrospectivas, sempre com diretores talentosos, sempre com exibições em 35 mm (a não ser que a captação não seja em película). É um bálsamo para o cinéfilo que procura um cinema mais autoral, livre das amarras das grandes produções.

Ao menos duas filmografias já trazidas anteriormente pelo Indie deveriam constar no currículo de qualquer cinéfilo que se preze: a do maior cineasta japonês da atualidade, Kiyoshi Kurosawa (nenhum parentesco com o Akira), e a do húngaro Béla Tarr, por exemplo.

Neste ano, mais uma vez, são as retrospectivas que compõem a melhor parte da edição. Os demais diretores representados no evento ainda precisam trabalhar à beça para chegar perto da excelência apresentada pelas carreiras de Jean-Claude Brisseau e Wang Bing, os homenageados da vez.

Brisseau é mais famoso no Brasil por "Boda Branca" (1989), no qual um professor (Bruno Cremer) se envolve sexualmente com a aluna adolescente (Vanessa Paradis), e "Os Anjos Exterminadores" (2006), um mergulho nas trevas do sexo e do cinema.

Sexo, aliás, é uma das palavras mais relacionadas a Brisseau. A outra é transcendência. Mas é equivocado dizer que seu cinema é simplesmente pornô soft transcendental. Seus filmes são feitos de paixão, com uma mise-en-scène que deveria ser ensinada em universidades.

Wang Bing é um cineasta chinês celebrado principalmente pelo documentário "A Oeste dos Trilhos" (2003). O espectador deve ultrapassar a barreira da duração (seus melhores filmes são bem longos) para conhecer um dos olhares mais profundos do cinema oriental contemporâneo. Seus filmes realizam profundos estudos sobre a história da China.

Fora das retrospectivas, o cinéfilo poderá conferir, por sua conta e risco: "Computer Chess", novo filme de Andrew Bujalski (um dos mais conhecidos do movimento chamado de mumblecore); "Heli", do mexicano Amat Escalante; "História de Minha Morte", do discutível diretor catalão Albert Serra; "Petrel Hotel Blue", do irregular Kôji Wakamatsu; "Um Episódio na Vida de um Catador de Ferro Velho", de Danis Tanovic; "Upstream Color", de Shane Carruth (queridinho revelado no Sundance Festival); e "Vic + Flo Viram um Urso", do canadense Denis Côté (elogiado internacionalmente por "Curling", de 2010).


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