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Teatro mítico de Berlim visita o Brasil pela primeira vez

Companhia Schaubühne apresenta em SP versão contemporânea do clássico de Ibsen 'Um Inimigo do Povo'

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dois acontecimentos aproximam o Schaubühne, mítico teatro de Berlim, do Brasil. O primeiro se deu em 1962, ano de abertura da casa, que é considerada um dos templos do teatro europeu, quando o diretor Konrad Swinarski incluiu programação do espaço "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna.

O segundo pode ser visto este fim de semana, no qual ocorre a primeira vinda do Schaubühne ao país. Thomas Ostermeier, 45, um dos encenadores mais celebrados de sua geração, que dirige desde 1999 a companhia alemã, traz a São Paulo "Um Inimigo do Povo", adaptação da peça homônima de Henrik Ibsen.

"Transformei o texto em uma obra contemporânea. Interesso-me por um teatro que reflita sobre a atualidade", diz o encenador.

Ostermeier renova a peça, a quinta de Ibsen que retrabalhou. Ele diz que se apropriou da obra para entender se há espaço para a verdade em uma sociedade de consumo. "Queria discutir o fato do poder econômico ter vencido o político e o social. Para mim, esta é a principal questão da nossa realidade", diz.

Na trama, que manteve o enredo essencial, o médico Stockmann descobre que a fonte da água potável de sua cidade está contaminada. Quer divulgar a descoberta para proteger os moradores, mas é censurado pelos homens influentes, preocupados, sobretudo, com a prosperidade econômica do local.

Sem tomar partidos, Ostermeier tece uma crítica árdua à sociedade contemporânea. Não perdoa a massificação e o vazio existencial que gera ânsia por posse e poder. Seus personagens trocam afirmações cortantes e chegam a realizar um debate em cena, do qual os espectadores também podem participar. Para a guerra da humanidade apresentada em cena por Ostermeier, não parece haver trégua em vista.


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