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Artistas inventam alfabetos em mostra

Angela Detanico e Rafael Lain, juntos há dez anos, fazem em Porto Alegre uma das maiores exposições da carreira

Letras em neon ocupam átrio da Fundação Iberê Camargo; outras peças exibem palavras com sal e placas de granito

SILAS MARTÍ ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

No átrio da Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, letras gregas em neon formam a palavra "alfabeto", criando uma constelação luminosa no vão do prédio desenhado por Álvaro Siza.

Nas palavras dos artistas, a dupla formada por Angela Detanico e Rafael Lain, essa seria a "coluna vertebral" que sustenta toda a mostra.

Não é de hoje que eles vêm trabalhando com alfabetos distintos e suas manifestações no espaço. No andar de cima, uma mancha de sal grosso no chão, por exemplo, exibe a palavra "onda" de acordo com a representação visual das ondas sonoras.

Placas de granito empilhadas também guardam uma mensagem nem tão secreta quando se descobre o código --uma placa de pedra corresponde à primeira letra do alfabeto, duas correspondem à segunda e daí em diante.

É desse campo sintético, de placas monocromáticas, manchas anódinas de sal e variações mínimas de cor que Detanico e Lain extraem um vocabulário que usam para traduzir e ilustrar o mundo.

Nesta que é uma das maiores mostras da dupla que já passou pela Bienal de São Paulo e se consagrou ao entrelaçar os campos do design e das artes visuais de forma ultrapotente, está em jogo uma economia visual que não deixa de ser deslumbrante.

Seus brancos, cinzas e azuis glaciais, de uma austeridade acachapante, chegam a ter o efeito inverso --arrebatam com o que se torna um espetáculo de rigor absoluto.

Uma das obras esquadrinha as diferentes horas do dia em faixas de azul, mais claras ou escuras dependendo da posição do sol no céu, mas tudo é retilíneo e preciso, como se domassem a natureza.


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