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Crítica - Comédia

Conservador e tacanho, 'Família do Bagulho' finge ser transgressivo

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois de "Quero Matar Meu Chefe" (2011), Jennifer Aniston e Jason Sudeikis voltam a dividir a cena em uma comédia. "Família do Bagulho" parte de um ponto saudável: a inclinação à transgressão de dois valores sacrossantos da sociedade norte-americana, a família e o trabalho.

Sudeikis é David, pequeno traficante de drogas que vai ao México buscar um carregamento de maconha a bordo de um trailer. Para não levantar suspeitas na fronteira, cria uma família de fachada: sua mulher é a vizinha Rose (Aniston), uma stripper arruinada; os filhos são Kenny (Will Poulter), aparvalhado e virgem, e Casey (Emma Roberts), jovem que fugiu de casa.

O principal da comédia não é o tráfico, mas o comportamento pouco ortodoxo do quarteto. São figuras estereotipadas, assim como a insolência que destilam. David é um eterno adolescente; Rose tenta se passar por uma mãe de família de respeito, sem sucesso; Casey se compraz com palavrões e gestos obscenos, e Kenny tem aquele jeitão de sonso desastrado.

Na viagem, eles conhecem um casal bem convencional --outro estereótipo--, cuja sexualidade reprimida rende momentos de puro delírio.

A disposição em abraçar o politicamente incorreto a todo custo produz um humor deslocado e verborrágico, baseado em diálogos ásperos cheios de referências sexuais que cai no previsível.

Essa petulância mostra algo mais insidioso: o preconceito em relação ao outro. O casal convencional e o policial mexicano (Luis Guzmán) são ridicularizados --sempre em situações de caráter sexual. Alardeando uma atitude transgressiva, o filme se revela tacanho e conservador.


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