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'Tatuagem' mostra relação gay realista

Um dos destaque do Festival do Rio, longa premiado em Gramado traz trama sobre liberdade e muita nudez frontal

'O cinema brasileiro tem vergonha do corpo' reclama Hilton Lacerda, que faz a sua estreia na direção solo

RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO

"Tatuagem" chega ao Festival do Rio como um dos grandes destaques nacionais de 2013. Faz parte da nova onda do cinema pernambucano, mais ousada e menos comercial, marca a estreia na direção solo de Hilton Lacerda, roteirista de "O Baile Perfumado" (1997), e pousa com o Kikito de melhor filme recebido em Gramado, em agosto.

Com um roteiro reflexivo, muita nudez frontal e uma das cenas de sexo entre dois homens mais ousadas dos últimos anos, "Tatuagem" é uma ficção baseada nas experiências do grupo teatral Vivencial Diversiones, que atuou no Recife na década de 1970, e no caso de amor entre o líder da trupe, Clécio (Irandhir Santos) e um jovem militar (Jesuíta Barbosa).

"Tatuagem" é uma espécie de primo distante de "A Febre do Rato", escrito por Lacerda e dirigido por Cláudio Assis --que chegou a participar do Vivencial.

"Os filmes são parentes", concorda Lacerda. "Mas com fundamentos diferentes: A Febre do Rato' se passa hoje em dia, mas é ligado ao passado para trazer um tempo que não existe. Já Tatuagem' é uma reflexão sobre o futuro, mas no passado."

O longa do pernambucano usa a relação proibida, principalmente em 1978, como guia da trama, interessada mais nas implicações psicológicas do que nas políticas, já que a história se passa em pleno regime militar.

Lacerda discute o limite da liberdade e toca no que acontece na sociedade atual. "Vivemos em um estado de tensão. Estamos retornando para pontos perigosos, como a intolerância. É impressionante o nível da carolice", afirma. "Quando vejo o Papa tão bonzinho, não sei se isso é bom. Talvez seja uma estratégia."

Assim, "Tatuagem" retrata a paixão gay sem concessões, de forma realista."Me incomoda que o cinema brasileiro tenha vergonha do corpo", reclama Lacerda.

"Hoje, você conversa com um ator e oferece um papel que exige cena de sexo, ele acha que é muito compromisso. Mas se o papel for de um assassino, ele acha normal."


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