Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica - Drama

Ousado, filme pernambucano une o bom cinema à vontade de transgredir

SÉRGIO ALPENDRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A maior possibilidade de transgressão no cinema atual passa pelas representações do sexo. Por mais que se tenha avançado, a sociedade continua reprimindo qualquer sexualidade que fuja da norma patriarcal.

"Tatuagem", que passa hoje no Festival do Rio, surge como uma bomba. Suas imagens de sexo quase explícito entre homens revelam um desprendimento que ainda hoje devem incomodar.

O filme é um dos raros longas recentes que une a vontade de transgredir com o alto nível cinematográfico --um casamento feliz entre a necessidade libertária e a direção precisa de Hilton Lacerda.

Vemos a descoberta de um novo mundo pelo soldado Fininho (Jesuíta Barbosa), durante a abertura do governo militar, um novo mundo que comporta uma nova sexualidade, livre das opressões.

Irandhir Santos é Clécio, líder de um grupo teatral cujo show é uma combustão entre humor e provocação. Os anos de chumbo já haviam passado, mas o enfrentamento com a censura ainda é inevitável.

Fininho se apaixona por Clécio e tem de lidar com o ambiente militar em que vive. Um dos melhores momentos é quando ele enfrenta o soldado que o oprimia, evitando a hostilidade no quartel.

A interpretação de Irandhir Santos é um assombro; uma das maiores do século 21, aqui ou alhures. É o que mostra na belíssima cena em que conversa com Paulete (Rodrigo Garcia), de modo dócil, mas ainda assim duro, sobre um assunto bem delicado.

Momentos como esses fazem de "Tatuagem" um filme explosivo e necessário, cuja força ecoará por muitos anos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página