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Mais uma dose de Cazuza

Musical "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz", que estreia amanhã no Rio, é só um dos tributos feitos agora ao poeta morto em 1990

MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO

"Em apenas oito anos de carreira, Cazuza deixou 126 músicas gravadas por ele, 34 por outros intérpretes e mais de 60 inéditas. Essa é a história do meu filho. Uma história onde a poesia é o princípio, a música é o meio, e ele não estar mais aqui é o fim!"

A frase, dita pela Lucinha Araújo do musical "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz", que estreia amanhã, no Rio, dá uma dimensão da obra de um dos principais poetas do rock brasileiro, morto em 1990, aos 32 anos, e que voltou a ficar em evidência agora graças a uma sequência de homenagens.

A primeira delas foi o disco digital "Agenor "" Canções de Cazuza", no qual 17 músicas suas menos conhecidas ganharam releituras modernas de artistas como Mombojó, Do Amor e Letuce. Pode ser ouvido em soundcloud.com/projetoagenor.

Houve ainda um (fraco) tributo na abertura do Rock in Rio, no qual seus sucessos foram interpretados por amigos como Frejat, Ney Matogrosso e Bebel Gilberto. E por jovens como Maria Gadú, que iniciou depois uma turnê só com o repertório de Cazuza.

A mais ambiciosa das celebrações é a peça dirigida por João Fonseca (de "Tim Maia - Vale Tudo, o Musical"), que trata da obra e da breve e intensa vida do "exagerado".

"Tive dúvidas se eu faria uma biografia agora, mas falar do Cazuza era falar da minha geração, de coisas muito próximas de mim. Me interessa esse outsider' que ele era, assim como o Tim."

Como em sua última biografia musical, que lançou Tiago Abravanel ao estrelato graças à sua incorporação de Tim Maia, a nova peça de Fonseca é ancorada em uma interpretação impressionante de seu protagonista.

O carioca Emílio Dantas, 30, vocalista de banda de rock e ator de teatro e novela ("Dona Xepa", da Record), mimetiza estilo, trejeitos e modo de falar de Cazuza com tanta fidelidade que a pouca semelhança física entre ambos fica em segundo plano.

"Aachava que ia ser o Emílio, conhecia o temperamento dele, ele tem o entendimento natural, foi roqueiro antes de ser ator", diz o diretor, que trabalhou com Dantas no musical "Rock in Rio" e o chamou para um teste.

"A própria Lucinha [Araújo, que assistiu à seleção] adorou e me falou: Ele não é parecido com meu filho, mas o Daniel de Oliveira [do filme Cazuza - O Tempo Não Para'] também não era'. Ela disse que isso não era importante."

O teste de Dantas para o papel já ganhou contornos lendários entre os envolvidos: o ator chegou sem decorar as falas, assumindo a postura "tô nem aí" de Cazuza.

"Como recebi o texto de um dia para o outro, me preocupei mais em ver como ele se comportava, assisti a vídeos de shows e entrevistas. Cheguei na vibe' dele, ele era um estado de espírito", diz o ator.

A parte difícil foi ajustar a voz. "Meu tom normal é um pouco abaixo do dele, preciso jogá-lo para cima e ficar ali a peça inteira, é difícil. A língua presa também foi difícil de incorporar, tinha de ficar ligado em todos os fonemas."


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