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Ascensão e decadência dividem 'Cazuza'

Em duas horas e meia, musical narra vida do cantor em ordem cronológica e usa letras de músicas como diálogos

Autor do texto diz que também se baseou em conversas com amigos do artista, como Frejat e Ney Matogrosso

DO RIO

Quem vem com tudo não cansa, quem tem um sonho não dança. Esta é uma filosofia que Agenor de Miranda Araújo Neto não apenas cantou, mas viveu intensamente, e que está retratada no musical sobre sua vida, "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz".

Com duas horas e meia de duração (mais intervalo de 15 minutos), a peça tem dois atos bem distintos: o primeiro é leve e divertido como o jovem astro em ascensão.

Tudo que fazia parte do "show" do cantor está em cena: as bebedeiras e as drogas, a promiscuidade bissexual, a sensibilidade poética refletida em suas composições.

O segundo ato é marcado pela decadência física causada pela Aids, doença que o mataria, e o aumento dos excessos e da agressividade.

"Não tinha como passar batido por essa parte mais difícil. Ele foi a primeira pessoa a enfrentar a doença publicamente, e isso foi muito importante dentro da vida e da obra dele", diz o diretor João Fonseca, que já havia levado aos palcos a vida de outro célebre "doidão", Tim Maia.

"O Tim é alegria, irreverência. O Cazuza tinha humor, mas era rock, tinha um lado mais forte, visceral, ia nesse lugar down' que o Tim não ia, em termos musicais. É isso que eu tento traduzir, a peça vai ficando mais pesada, não tem como falar disso sem ser emocional", diz Fonseca.

O musical narra a vida do cantor cronologicamente e usa suas canções "quase como diálogos", como diz Aloísio de Abreu, autor do texto.

"Exagerado" vira uma conversa imaginária entre mãe e filho, "Eu Queria Ter Uma Bomba" é usada na briga com Frejat e a saída do Barão Vermelho, e "Ideologia" mostra o despertar da consciência política, já na fase das internações por causa da Aids.

Além das biografias, Abreu se baseou em conversas com Lucinha Araújo, com o namorado de Cazuza, Serginho Maciel, e com amigos como Roberto Frejat e Ney Matogrosso --todos retratados em cena.


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