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 37ª Mostra

Drama japonês discute os efeitos de troca de bebês

Premiado em Cannes, 'Pais e Filhos' teve direitos comprados por Spielberg

Kore-Eda inspira-se em casos verídicos, mas acaba repetindo ingredientes típicos da filmografia nipônica

RODRIGO SALEM ENVIADO ESPECIAL A CANNES

"Pais e Filhos", quando apresentado no último festival de Cannes, foi tido como um dos favoritos à Palma de Ouro. Analistas imaginando que Spielberg, presidente do júri, tem uma predileção por filmes mais "fofinhos" apostavam que o drama de Hirokazu Kore-Eda conquistaria o coração do americano.

Não estavam de todo errados. "Pais e Filhos", que passa hoje na Mostra, não levou a Palma de Ouro, mas conquistou o bem menos prestigioso prêmio do júri.

O diretor japonês já havia disputado a Palma duas vezes com "Distance" (2001) e "Ninguém Pode Saber" (2004). Ganhou ainda mais força ao apresentar um drama elegante sobre laços sanguíneos e relação familiares: duas famílias, uma humilde e outra ricaça, descobrem, anos depois, que seus filhos foram trocados na maternidade --e tentam desfazer o erro.

Kore-Eda investiga não apenas os efeitos de uma troca assim nos dois meninos, mas procura entender a importância da genética --o pai rico e competitivo sempre achou o filho "meio lento"-- e da criação --o pai mais pobre é um hippie que mora no campo e é amado pelas crianças.

"Essas trocas aconteceram com regularidade nos anos 60 e 70 no Japão", diz o cineasta sobre a origem da trama. "Lembro de pelo menos 30 casos semelhantes, tanto que as famílias começaram a escrever à caneta o nome dos bebês nos pés deles."

O lado negativo do filme é que repete ingredientes já manipulados por parte da filmografia japonesa. Spielberg comprou os direitos do remake para o DreamWorks. Quem sabe as crianças trocadas funcionem melhor no Oscar.


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