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Crítica - Artes visuais
Festival revê seu passado em videoinstalação
Sesc_Videobrasil monta espaço para exibir acervo das 17 edições anteriores em computadores e 243 telas de TV
A 18ª edição do Festival Sesc_Videobrasil usa uma forma eficiente para apresentar arquivos em um espaço expositivo. Para comemorar os 30 anos do festival, Solange Farkas, sua fundadora e diretora, criou um espaço cercado por videoinstalação com 243 telas de TV que tem no centro computadores com o acervo do Videobrasil e uma sala de debates.
A videoinstalação apresenta uma seleção de trabalhos e entrevistas sobre cada edição do festival, mas o fundamental ali é a possibilidade de aprofundamento.
O visitante pode fazer sua própria seleção entre as obras já apresentadas nesses 30 anos ou participar de uma conversa sobre temas como práticas experimentais do vídeo nos anos 1980, um dos temas da sessão denominada "Programas Públicos".
Com tudo isso, o festival deixa de se caracterizar como um evento congelado, mas assume uma estratégia de produção de reflexão e pensamento, rara no sistema de grandes mostras de artes visuais.
Essa proposta se radicaliza no projeto para a internet "Plataforma VB" (http://plataforma.videobrasil.org.br/#), onde é possível acessar as obras da sessão "Panoramas do Sul", ver as referências que os artistas usaram para seus trabalhos e criar mapas que vinculem suas temáticas.
As obras de "Panoramas do Sul" estão de fato expostas no Sesc Pompeia, uma mostra mais convencional, realizada a partir da inscrição de cerca de 2.000 projetos, que resultou em 106 obras de 94 artistas.
A seleção foi feita por quatro curadores, Eduardo de Jesus, Fernando Oliva, Julia Rebouças e Solange Farkas.
Desde a edição anterior, "Panoramas do Sul" não está limitada a obras em vídeo, mas aberta a outras linguagens, como fotografia, desenho ou pintura.
Contudo, há uma patente discrepância: enquanto trabalhos audiovisuais alcançam efeitos mais contundentes, outras linguagens, especialmente as pinturas, parecem superficiais demais.
Entre os audiovisuais, destacam-se aqueles com carga político-social, como "The End of Time", do libanês Akram Zaatari, uma poética abordagem sobre relações homossexuais, ou "Conversation Piece", da argentina Gabriela Golder, sobre uma conversa de duas meninas e sua avó sobre o "Manifesto Comunista".
No entanto, a irregularidade de "Panoramas do Sul" não compromete o festival, já que o evento não é essencial.