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Balanço música erudita
Ano foi cheio de performances especiais
No bicentenário de nascimento de Wagner e Verdi, o italiano venceu o alemão nas montagens
O ano ainda não acabou: nesta semana, a Osesp recebe Nathalie Stutzmann para reger o "Réquiem" de Mozart e, na semana que vem, chega a compositora Lera Auerbach. Além disso, em dezembro, a orquestra interpreta "A Sagração da Primavera", de Stravinsky, obra que orientou a programação de 2013.
Por outro lado, o Theatro Municipal ainda prepara a ópera "La Bohème", de Puccini, e o Theatro São Pedro ensaia "Falstaff", de Verdi.
Tudo isso é aguardado com interesse, mas --enquanto 2013 não emite os seus acordes finais-- já é possível fazer uma avaliação da atual temporada clássica.
GRANDES MOMENTOS
Foi um ano especial para a música orquestral. Se o Mozarteum trouxe a Orquestra de Câmara Alemã de Bremen, que apresentou as nove sinfonias de Beethoven sob a regência de Paavo Järvi, a Cultura Artística programou três grandes orquestras internacionais.
Foram elas a Sinfônica de Montréal (com Kent Nagano), a Concertgebouw de Amsterdã (com Mariss Jansons) e a Sinfônica Finlandesa de Lahti (com Okko Kamu), que protagonizaram, respectivamente, momentos memoráveis em Brahms, Tchaikóvski e Sibelius.
A Osesp destacou-se especialmente na música do século 20, com marcantes performances de obras de Luciano Berio, Carl Nielsen e Bernd Alois Zimmermann, sob a direção de Marin Alsop, Osmo Vänskä e David Atherton.
Para além disso, trouxe grandes solistas, como os pianistas Paul Lewis, Hélène Grimaud e o jovem gênio russo Daniil Trifonov.
No ano das celebrações do bicentenário de nascimento de Wagner e Verdi, o italiano venceu de longe o alemão.
Além de boas montagens em Belo Horizonte e Belém, Verdi teve em sua ópera "Aida" o melhor momento (até aqui) do Theatro Municipal de São Paulo no ano em que John Neschling assumiu a direção do local.
Nesse sentido, foi frustrante a interrupção do projeto --já a meio caminho-- de montar em quatro anos a tetralogia "O Anel do Nibelungo", de Wagner.
Ainda na ópera, o Theatro São Pedro realizou uma temporada enxuta e eficiente, com destaque para "A Volta do Parafuso", do compositor inglês Benjamin Britten.
A música de câmara, no entanto, parece ser ainda o elo mais frágil dessa intensa atividade de concertos. Nessa área, merece ser ressaltada a qualidade da série Cultura Artística Itaim.