Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica - Rock

McCartney soa desconjuntado em novo disco

Em 'New', primeiro álbum de canções inéditas desde 2007, ex-beatle contou com quatro produtores diferentes

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

O título do 16º álbum de estúdio de Paul McCartney é emblemático. "New" é realmente a busca pelo novo. Mas, aos 71 anos, como o mais bem-sucedido artista do rock pode encontrar novidade em seu som?

A resposta mais coerente é se associar a novas pessoas. E Paul deixa isso claro trabalhando desta vez com quatro produtores.

O mais atuante é Giles Martin, filho de George Martin, lendário produtor dos Beatles. E é com ele que aparece o Paul menos ousado.

As frases de guitarra que grudam no ouvido e a batida herdada do iê-iê-iê estão lá para que as faixas sejam imediatamente reconhecidas como produtos Macca. A exceção é "Appreciate", com percussão e vocal de soul music.

Entre os outros produtores, o mais respeitoso ao estilo de Paul é justamente aquele do qual se esperava mais subversão: Mark Ronson, que ficará na história do pop como o cara que formatou o novo soul branco inglês com Amy Winehouse.

Ronson até que tentou algumas guitarras sobrepostas diferentes em "Alligator", mas deixa o cantor na zona de conforto na faixa-título, 100% Beatles.

Ethan Johns praticamente não mostra serviço. Com ele, é o Paul de sempre, destacando a inspirada balada "Early Days".

Paul Epworth dá a impressão de não saber para que lado queria levar o som. As esquisitas "Save Us" e "Road" seriam fortes candidatas à foice numa hipotética redução do disco.

O CD sai no Brasil em edição "deluxe", com duas faixas bônus e uma música "escondida" no final, "Scared", ótima canção romântica derramada, com Paul ao piano e cantando melhor do que em qualquer outro momento do álbum.

"New" é superior ao último disco de inéditas de Paul, "Memory Almost Full", de 2007, por ter momentos de arrebatamento, mas soa um trabalho desconjuntado, sem feição clara.

Depois de seis anos nos quais lançou álbuns ao vivo, trilha de musical e uma coletânea de covers de músicas dos anos 1930 e 1940 que seus pais escutavam no rádio, Paul mostrando novas composições é algo a ser comemorado. Mesmo que, em um trabalho no qual buscava novidades, ele só consiga empolgar quando é o bom e velho Paul McCartney.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página