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Crítica - Quadrinhos

Desenho e texto são pura imitação do estilo original

MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO

Como costuma acontecer nestes casos, a decisão de dar continuidade às histórias de Asterix sem seus autores originais, o roteirista René Goscinny (1926-1977) e o ilustrador Albert Uderzo, 86, não aconteceu sem polêmica.

Uderzo, que tocou a série após a morte do parceiro cuidando de texto e desenho, já havia declarado que não gostaria que a história em quadrinhos continuasse sem ele, mas mudou de ideia e vendeu os direitos da obra.

Foi duramente criticado, inclusive por sua filha, que o acusou publicamente de trair o espírito de Asterix ao vendê-lo para "os homens do mercado e da indústria". A filha de Goscinny, por outro lado, apoiou a decisão.

É neste contexto que surge "Asterix entre os Pictos", com texto de Jean-Yves Ferri e desenhos de Didier Conrad --este, substituindo outro ilustrador, que não aguentou a pressão de trabalhar numa obra clássica sob supervisão do desenhista original.

Fica claro para quem lê que a nova história foi criada sob mão de ferro, com o objetivo de clonar o original.

O estilo do texto, com humor ingênuo, trocadilhos e referências históricas, é idêntico ao que os fãs estavam acostumados, especialmente na fase solo de Uderzo.

Os desenhos de Conrad imitam não apenas o estilo de Uderzo, mas também suas gags --por exemplo, a prática de desenhar alguns personagens com traços de celebridades francesas (vide o vilão da trama, que é a cara do ator Vincent Cassel).

O resultado é conservador, mas entretém --a história tem ritmo e bons momentos, e está bem ilustrada. Com alguma liberdade, talvez Ferri e Conrad fizessem melhor.


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