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Crítica

Grupo Corpo acerta com movimentos mais agressivos e maior carga dramática

PAULA LEITE EDITORA DE TREINAMENTO

A nova obra do Grupo Corpo, "Triz", é um passo na direção certa: uma coreografia de maior expressividade e sentimento do que outras peças recentes do grupo.

A música sombria de Lenine, tocada apenas em instrumentos de corda, dialoga bem com movimentos mais angulares e agressivos do que é de costume para o grupo.

A ginga e o forte uso de braços e pernas que caracterizam o repertório de movimentos do grupo estão lá, mas mais "quebrados" e fortes.

Dançando principalmente em duplas e trios, os bailarinos traduzem sentimentos como dor, solidão e medo. No entanto, apesar de não haver reparos a fazer à técnica dos dançarinos, nem todos têm a sutileza de gestos necessária para interpretar a coreografia de maior carga dramática.

O bonito cenário de cabos de aço torna-se colorido, refletindo a iluminação. Já os figurinos, collants que partem os dançarinos em uma metade preta e outra branca, não têm nenhuma função a não ser distrair o espectador e atrapalhar a visualização dos movimentos de braços e pernas dos dançarinos.

TRIUNFO VISUAL

O contraste de "Triz" com a peça apresentada na primeira metade do espetáculo, "Parabelo", é grande.

Essa coreografia de 1997 segue a fórmula que consagrou o Grupo Corpo: música com forte influência de ritmos brasileiros (neste caso, forró e baião, de autoria de Tom Zé e José Miguel Wisnik), movimentos ao mesmo tempo fluidos e atléticos, figurinos e cenário coloridos.

É um triunfo visual, mas falta profundidade: quais sentimentos se está tentando expressar, além da infinita energia e beleza do corpo humano? Difícil dizer.

A sequência das duas peças não funciona bem, pois o tom delas é muito diferente e "Triz" incomoda e move bem mais o espectador. Resta saber se o Corpo seguirá na direção da nova coreografia, já que "Parabelo" pareceu ser bem melhor recebida pelo público do Teatro Alfa no sábado à noite em São Paulo.


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