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'La Jaula de Oro' dá rosto à imigração ilegal

Filme do diretor espanhol Diego Quemada-Díez, 44, consumiu dez anos de pesquisa e mais de 600 entrevistas

Produção, que venceu prêmio da Mostra, conta jornada de três jovens da Guatemala rumo aos Estados Unidos

JULIANA GRAGNANI DE SÃO PAULO

Foram necessários dez anos de pesquisa e mais de 600 entrevistas com imigrantes para fazer "La Jaula de Oro", filme sobre a viagem de três jovens guatemaltecos que tentam chegar clandestinamente aos EUA pelo México.

Vencedor do prêmio da crítica de melhor filme na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo deste ano, o filme é a estreia de Diego Quemada-Díez, 44, diretor espanhol radicado no México.

Ele diz ter aplicado ao longa o que aprendeu com o cineasta britânico Ken Loach, com quem trabalhou como assistente de câmera nos filmes "Terra e Liberdade" (1995) e "Pão e Rosas" (2000).

"Aprendi com ele o método de filmar cronologicamente, com a câmera sempre na altura dos olhos dos personagens", diz Quemada-Díez, que também trabalhou com os diretores Alejandro Iñárritu, Spike Lee e Fernando Meirelles (este último, em "O Jardineiro Fiel", de 2005).

"La Jaula de Oro" teve preparação do elenco da brasileira Fátima Toledo e foi filmado de forma a ser "quase um documentário", diz o diretor. Mas um recurso destoa do resto: os conflitos pelos quais passam os protagonistas são intercalados por vezes com a mesma imagem de neve caindo do céu escuro e música instrumental ao fundo.

"Quando conversava com os imigrantes, todos falavam de dinheiro, e de repente um me disse: Quero ver neve, quero ver essas coisas brancas que caem do céu'. É um artifício para contrastar o sonho material com o sonho poético", diz Quemada-Díez.

"Quis dar rosto aos personagens de notícias que dizem que não sei quantos anônimos morreram tentando cruzar alguma fronteira."

Para o diretor espanhol, o problema da imigração ilegal só será solucionado com a destruição do muro que existe entre os EUA e o México.

"São os EUA que usam as drogas, que precisam da mão-de-obra barata e que utilizam as armas produzidas em outros países. Ao mesmo tempo, são eles que constroem e militarizam o muro. Precisamos falar em pacificação."


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