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Crítica história

Obra traz relato integral de aviador da Segunda Guerra

RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO

Existe um certo exagero quando se batiza um livro de "clássico". Nem todos os "clássicos" merecem ser assim chamados. Mas "O Grande Circo", do aviador nascido em Curitiba e filho de franceses Pierre Clostermann (1921-2006), é um desses. Um clássico livro de memórias tanto da aviação como da Segunda Guerra Mundial.

Clostermann foi um dos mais importantes pilotos de caça franceses.

Escrito logo após a guerra, foi editado no Brasil anos depois em uma versão truncada. Como era comum na época, alguns capítulos não eram traduzidos. Aconteceu a mesma coisa com outro livro que pode ser considerado também um clássico, e que trata do mesmo tema, visto pelo outro lado, "O Primeiro e o Último", do piloto de caça alemão Adolf Galland.

E a mesma editora, a C&R Editorial, decidiu lançar os dois livros em versão integral, definitiva. Ou quase.

É difícil dizer qual versão dos livros é a última e melhor, pois ao longo dos anos os autores fizeram modificações no texto, especialmente Clostermann. A editora brasileira caprichou ao elucidar detalhes técnicos em muitas notas.

Por exemplo, ele decidiu incluir um polêmico prefácio na edição de 2000 em que criticava um ícone francês, o também piloto e escritor Antoine de Saint-Exupéry, autor do também clássico "O Pequeno Príncipe".

De acordo com ele, Saint-Exupéry intrigava contra o general Charles de Gaulle, líder da França Livre na guerra,

Mas isso não importa muito. O livro é um prazer de se ler pelo que conta da vida de um jovem aviador --que começou a voar no Brasil, depois nos EUA-- que resolveu lutar pela sua pátria invadida pelo inimigo. Foi parar na Real Força Aérea (RAF) britânica e se tornou um ás.

Clostermann alegou ter abatido 33 aviões alemães; a RAF só confirmou oficialmente 19. Estimar as perdas em combates aéreos nunca foi ciência exata. Tanto faz. Foi um grande piloto.

O músico João Barone, dos Paralamas do Sucesso, é um entusiasta do estudo da Segunda Guerra (seu pai foi da Força Expedicionária Brasileira). Entrevistou Clostermann e fez um documentário sobre sua participação no Dia D, a invasão aliada da França em 1944. "Um Brasileiro no Dia D" é o complemento ideal para este livro.

Para quem leu "O Grande Circo" quando era adolescente, será certamente um prazer reler esse clássico.

O GRANDE CIRCO
AUTOR Pierre Clostermann
TRADUÇÃO Mario Miguel Fernadez Escaleira
EDITORA C & R Editorial
QUANTO R$ 78 (408 págs.)
AVALIAÇÃO ótimo


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