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Soprano celebridade dá guinada na carreira

Aos 42, a russa Anna Netrebko exibe a plenitude da voz em 'Il Trovatore'

Ex-faxineira, ela tem a vida privada acompanhada de perto pelos fãs como uma estrela de Hollywood

IRINEU FRANCO PERPETUO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SÃO PETERSBURGO

A melhor voz de soprano lírico e ligeiro das últimas duas décadas encaminha-se para virar a melhor de soprano dramático das próximas duas. Ao encarnar Leonora na ópera "Il Trovatore", de Verdi, a russa Anna Netrebko, 42, está dando uma inflexão decisiva em sua carreira.

Netrebko estreou no papel no final de novembro, em Berlim, com Plácido Domingo, que será seu parceiro na mesma ópera na edição deste ano do Festival de Salzburgo, entre julho e agosto.

Em 27 de dezembro, em São Petersburgo, cantou Leonora numa nova produção de Pier Luigi Pizzi, sob a regência de seu descobridor, Valery Gergiev, no recém-inagurado teatro Mariinski 2.

Com uma performance incandescente, a soprano mostrou estar com a voz na plenitude: agudos fáceis, região central sólida, ressonância nos graves --qualidades que a credenciam plenamente para as outras incursões dramáticas previstas para a temporada: "Manon Lescaut", de Puccini (Roma, em fevereiro e março) e "Macbeth", de Verdi (Munique, em julho).

A tendência, assim, é que saiam gradualmente de seu repertório os papéis leves, cheios de coloratura, que a catapultaram para a fama.

De sangue cossaco, Netrebko estudava no Conservatório de São Petersburgo e trabalhava de faxineira no Mariinski quando foi descoberta por Gergiev.

O ponto de virada foi uma produção da ópera "Ruslan i Liudmila", de Glinka, de 1995, que existe em DVD e documenta tanto a exuberância vocal quanto a beleza física de uma cantora que soube fazer do rosto de top model parte essencial do marketing.

Em 2006, adotou passaporte austríaco (sem abandonar a cidadania russa), passando a residir em Viena.

CELEBRIDADE

Hoje, os russos acompanham sua vida como a de uma estrela de Hollywood.

Causou comoção no país sua aparição no programa de entrevistas televisivo "Pust i Govoriat" ("Deixe que Falem"), no começo de dezembro, abordando temas como o fim de sua relação com o barítono uruguaio Erwin Schrott e o autismo de Tiago, filho de cinco anos do casal.

Cuidadosa, a diva sabe evitar temas espinhosos. Na entrevista coletiva que antecedeu a estreia de "Il Trovatore" em Berlim, anunciou que não responderia a perguntas sobre Vladimir Putin, dizendo que "artistas não devem se meter em política".

Apoiadora do presidente russo, Netrebko vem sofrendo pressões do movimento LGTB no Ocidente, por causa da legislação antigay vigente em seu país.


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