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Verdi superdramático abre temporada hoje
'Il Trovatore', que estreia hoje no Municipal de São Paulo, é uma das mais belas óperas do compositor italiano
Peça dividida em quatro atos inclui, no último deles, ária que é uma preciosidade do repertório romântico
Uma das mais dramáticas e belas óperas de Giuseppe Verdi (1813-1901), "Il Trovatore" estreia hoje no Theatro Municipal de São Paulo, em temporada de nove récitas.
A direção musical é do maestro John Neschling e a direção cênica, do italiano Andrea Rosa.
Estreada em Roma em 1853, a obra precedeu "Rigoletto" e foi sucedida em apenas alguns meses pela première de "La Traviata".
Tendo escrito 18 das três dezenas de óperas que publicou, Verdi já era, aos 40 anos, o maior compositor italiano de seu tempo, com a capacidade de mesclar beleza melódica e uma orquestração de inventividade dramática superlativa.
"O Trovador", em português, dividida em quatro atos, tem o libreto de Salvadore Cammarano, inspirado na peça do espanhol Antonio García Gutiérrez.
A ação se passa no início do século 15, na cidade espanhola de Saragoça, e narra a rivalidade entre o trovador Manrico e o Conde de Luna. Além de inimigos políticos, são ambos apaixonados por Leonora. O que não sabem --e o mistério é revelado apenas ao final-- é que são irmãos, separados ainda bebês, quando Manrico é sequestrado pela cigana Azucena.
Atente, no quarto ato, para a ária para soprano "D'Amor Sull'ali Rosee", uma preciosidade do repertório romântico.
O Municipal reuniu para a produção dois elencos, que se apresentam revezadamente. Como Leonora, serão as sopranos italiana Susanna Branchini e a chinesa Hui He. O Conde de Luna, papel de barítono, trará o italiano Alberto Gazale e o brasileiro Rodolfo Giuliani.
Manrico será cantado pelo americano Stuart Neill e pelo espanhol Sergio Escobar. E Azucena trará as meios-sopranos Marianne Cornetti, americana, e Denise de Freitas, brasileira.
No ano passado, o Municipal comemorou os 200 anos de nascimento de Verdi com uma produção de "Aída". Em 2014, além de "Il Trovatore", também será encenada a ópera "Falstaff", a última que o compositor escreveu e que, fugindo à regra, é uma hilariante comédia.