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'Superstar' mostra Judas versão metaleiro

Em nova leitura do musical dos anos 1970, Jorge Takla elimina as referências hippies

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

Se tivesse surgido nos anos 2000, Judas seria uma espécie de metaleiro de cabelos revoltosos irritado com o estilo Benetton de Maria Madalena e dos apóstolos.

Em boa medida por causa do figurino, a versão que o diretor Jorge Takla faz do clássico americano "Jesus Cristo Superstar" marca bem a diferença entre os seguidores de Cristo e aquele que, supostamente, o traiu. O espetáculo estreia nesta sexta no teatro do complexo Tomie Ohtake.

"Eliminei as referências hippies", diz Takla. "E Judas agora faz uma ligação com tudo o que o rock tem de contestador e anticonformista."

Como no original da Broadway, de 1971, este "Superstar" sem cortes constrói-se em uma corrente de leituras ambíguas. Quem traiu quem? Fica no ar. Por qual causa teria Jesus se sacrificado? Também. Nunca um musical da Broadway lançou tantos pontos de interrogação.

As letras de Tim Rice musicadas por Andrew Lloyd Webber colocam Judas como filtro para a história da Paixão de Cristo. É ele quem denuncia, com um beijo, Jesus aos romanos. E é ele também quem aponta contradições. Até que ponto não teria participado de uma jogada divina?

GOGÓ

Cabe sempre à direção ressaltar ou abrandar essas questões. Houve, por exemplo, entre as releituras internacionais, uma versão proposta pela australiana Gale Edwards em 1996 com sugestões explícitas de homoafetividade entre Judas e Cristo.

O Judas metaleiro de Takla se insurge no gogó, com os agudos de Alírio Netto desenhando algo mais respeitoso. O que, na versão em inglês, seria "você realmente acredita que esse papo de Deus é verdade?", em português, corresponde a "você acreditou e agora diz que é Deus".

Na peça, Jesus é interpretado por Igor Rickli, ator paranaense que fez um vilão na novela global "Flor do Caribe". Quem faz Maria Madalena é a cantora Negra Li. E o espetáculo fica em cartaz até junho.


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