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Fundação Cartier se prepara para festa de 30 anos

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

Índios Yanomamis, o filósofo Paul Virilio, o estilista Jean Paul Gaultier, o cineasta David Lynch, a banda Velvet Underground.

Difícil imaginar o que possa unir pessoas de culturas e meios tão distintos, mas todos eles fizeram parte da programação da Fundação Cartier nas últimas três décadas.

A comemoração do aniversário do 30 anos começa em maio, com uma exposição preparada por seu diretor, Hervé Chandès, 55, há 20 anos à frente da instituição sediada em Paris.

A mostra irá ressaltar "histórias da relação de artistas com a fundação", disse Chandès à Folha. Ele está no Brasil para abrir a exposição do artista hiper-realista Ron Mueck, hoje, no Museu de Arte Moderna do Rio.

A eclética programação da Fundação Cartier, que já foi transformada em uma padaria por Gaultier, em 2004, ou que no ano passado reuniu artistas populares e índios Huni Kui, do Acre, em uma mesma exposição, é hoje comum em grandes mostras.

"Eu não diria que nós puxamos o limite do que é arte, porque isso virou um clichê, mas me interessa envolver artistas e não artistas para abordar como traduzir em visual outras linguagens", diz o diretor francês.

A atual moda da mistura da arte contemporânea com outras produções, como o fez Massimiliano Gioni, em Veneza, é vista de maneira um tanto sarcástica por Chandès: "Não sei se de fato esses curadores acreditam no que estão fazendo".

RELAÇÃO COM O BRASIL

Nesses 20 anos à frente da Cartier, o curador dedicou boa parte da programação à produção brasileira. Foi ele o primeiro curador a fazer uma exposição de porte do fotógrafo brasileiro Alair Gomes (1921""1992), em 2001, a organizar uma outra em torno da cultura Yanomami, em 2003, ou individuais de Adriana Varejão e Beatriz Milhazes, além de artistas como Isabel Mendes da Cunha, Nino e Francisco da Silva.

"Minha relação com o Brasil se deve ao colecionador Gilberto Chateaubriand, até recentemente conselheiro da fundação", conta Chandès.

Foi com Chateaubriand que ele descobriu Alair Gomes, em uma Bienal de Fotografia de Curitiba, em 1996. Foi também com a ajuda do colecionador que Chandès chegou a Claudia Andujar e acabou sendo introduzido ao universo Yanomami.

Essa relação constante acaba se tornando um princípio da própria fundação. "Cada exposição é para mim um começo e não um fim, me interessa o envolvimento."

É assim, aponta ele, com Mueck e as nove peças em exposição no Rio a partir de hoje. "Já fizemos duas mostras com ele em Paris e foi por conta dessa relação que tivemos carta branca para trazer a mostra para o Brasil", conta Chandès.


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