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Dinamarqueses levam Clarice Lispector ao palco

Montagem do Odin Teatret inspirada em 'A Hora da Estrela' estreia na sexta em São Paulo

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O encantamento do espetáculo solo "Estrelas", que estreia na sexta em São Paulo, nasce da simplicidade.

A montagem é dirigida por Julia Varley --integrante da companhia dinamarquesa Odin Teatret-- e aposta no trabalho do ator e na imaginação do espectador para levar ao palco Clarice Lispector (1920-77) e os personagens do romance "A Hora da Estrela".

A magia é gerada sobretudo pelo trabalho de atuação e de manipulação de objetos, que se desdobram em funções e significados.

Um tambor, por exemplo, acaba parecido com uma máquina de escrever.

A atriz Marilyn Nunes surge no palco com o instrumento no colo, dando vida a uma artista que cria e conta sua história ao mesmo tempo.

Ela manipula o instrumento de um modo em que consegue criar sons que costumam ser produzidos por escritores em seu ato criativo, e não por músicos.

Dois cubos alinhados em diferentes posições podem construir um quarto, uma vitrine, uma escrivaninha e uma tumba. Um pano vermelho vira cobertor, saia, anel e guarda-chuva.

ECO

"Todos os objetos de cenário e figurinos são muito simples e servem para criar imagens em cena. Trata-se de um espetáculo baseado na capacidade de uma atriz fazer o espectador enxergar alguma coisa que não está ali", explica Varley, atriz e diretora inglesa que ingressou em 1976 na companhia dinamarquesa fundada pelo italiano Eugenio Barba.

"A montagem final é elaborada na cabeça do espectador. Aprendi isto nos 40 anos de trabalho no Odin Teatret", completa.

Nunes encontrou em "A Hora da Estrela" um eco de sua própria história. E, da mesma maneira que a escritora se projetava em suas criações, a atriz fez de "Estrelas" uma obra que mistura material ficcional e real de sua trajetória. "Passei tanta dificuldade quanto Macabéa", confessa, referindo-se à personagem principal do livro de Clarice Lispector.

"A peça revela a abordagem filosófica que Clarice Lispector dá a sua história. Fala sobre vida, amor, esperança, decepção, dor e felicidade, ciente de que ela mesma estava prestes a terminar a sua jornada", resume Nunes.


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