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Crítica - Suspense

Compositor se aventura nos passos de Alfred Hitchcock

FILME TEM CÂMERA ÁGIL E TRABALHO DE COMPOSIÇÃO DE QUADRO EM SINTONIA COM AS CONTRIBUIÇÕES FEITAS POR BRIAN DE PALMA E DARIO ARGENTO AO SUSPENSE HITCHCOCKIANO

SÉRGIO ALPENDRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Alfred Hitchcock sempre defendia que um cineasta não devia pensar em verossimilhança. No livro de entrevistas a François Truffaut, o mestre do suspense costumava zombar daqueles que o acusavam de falsear demais a realidade. Chamava-os de "doutores verossímeis".

Eugenio Mira, compositor espanhol que também se aventura na direção de cinema, chega a seu terceiro longa sob o signo de Hitchcock. E mantém-se próximo da arte original em que se formou.

"Toque de Mestre" mostra as agruras de um pianista (Elijah Wood) que, durante seu retorno a um concerto musical para piano e orquestra, após cinco anos de ostracismo, sofre ameaças de um atirador (John Cusack) escondido na plateia. Se errar uma nota, morre. Se pedir ajuda, morre a esposa, que está no camarote.

Estamos no terreno do inverossímil, uma vez que o atirador tem controle demais da situação, e o pianista, que passou a sofrer de medo extremo do palco justamente após ter errado uma nota, consegue executar perfeitamente uma música difícil, mesmo sob risco extremo.

REFERÊNCIAS

Com uma câmera ágil, que se movimenta rapidamente pela orquestra e pela plateia, e um trabalho de composição de quadro em sintonia com as contribuições feitas por Brian de Palma e Dario Argento ao suspense hitchcockiano, Mira estabelece a tensão em consonância com as pausas e acelerações impostas às teclas do piano.

As referências se atropelam, e algumas são evidentes: "Terror na Ópera", de Argento; a segunda versão de "O Homem que Sabia Demais", de Hitchcock; "A Morte e a Donzela", de Roman Polanski; "Femme Fatale" e vários outros filmes dirigidos por De Palma. O que não significa falta de identidade temática ou visual.

Ao não envergonhar o legado dos nomes mencionados acima, sendo ainda capaz de altos voos estilísticos, o espanhol Eugenio Mira revela-se um diretor a ser seguido com atenção.


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