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Crítica - Drama

Holandês 'Jackie' reúne todos os clichês do cinema independente

DO CRÍTICO DA FOLHA

A expressão "cinema independente" foi criada para designar as produções feitas fora do sistema de estúdios.

Com o passar do tempo, porém, uma parcela significativa desses filmes se dedicou a repetir certas características com tal voracidade que a expressão passou a ser entendida por muitos como um novo gênero.

Em outras palavras, eles criaram os próprios clichês: personagens excêntricos, pequenos dramas familiares com toques de comédia, viagens por vastas paisagens...

Nesse sentido, a produção holandesa "Jackie", de Antoinette Beumer, é um exemplar típico, reunindo todos os chavões citados acima.

Sofie (Carice van Houten) e Daan (Jelka van Houten) são gêmeas, filhas de dois homens gays, concebidas no útero de Jackie (Holly Hunter), uma hippie americana com quem não conviveram.

Quando recebem a notícia de que Jackie sofreu um acidente, elas viajam aos EUA para ajudá-la, mas acabam encontrando uma figura calada e agressiva.

Ainda assim, decidem levá-la a uma clínica no trailer de Jackie, atravessando o deserto do Novo México --numa viagem que, obviamente, irá transformar a vida das três.

Nas mãos de cineastas originais como Jim Jarmusch e Wes Anderson, os mesmos elementos já renderam belos filmes --como, respectivamente, "Estranhos no Paraíso" (1984) ou "Viagem a Darjeeling" (2007).

Mas Beumer não parece disposta a se esforçar muito. A caracterização das gêmeas --Sofie é uma jornalista fria e calculista; Daan, uma dona de casa afetuosa e desastrada-- é um lugar-comum tão gritante que faria corar um executivo de estúdio.

Ao final de "Jackie", fica uma certeza: na disputa pela profusão de chavões --e talvez apenas nesse sentido--, os independentes se firmaram como uma séria ameaça a Hollywood.


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