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Aurora une música folk e psicodelismo em letras pessoais

Bárbara Eugênia e o guitarrista Chankas montam dupla para gravar projeto inspirado pelas canções dos Beatles

Cantora e o integrante do grupo instrumental Hurtmold oferecem download gratuito de primeiro álbum juntos

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

O jornalista britânico Steve Turner escreveu um livro esperto analisando as músicas dos Beatles e, sem querer, deu origem a um dos projetos promissores do rock brasileiro em 2014: Aurora.

"The Beatles: A História por Trás de Todas as Canções" foi a leitura de Bárbara Eugênia durante férias no interior, há dois anos.

A maneira como John Lennon e Paul McCartney criavam letras sobre suas vidas pessoais inspirou a cantora a escrever sobre o que estava acontecendo com ela.

"Parece que hoje é chato falar de suas reflexões. Não me refiro só a letras de músicas, mas às conversas. Ninguém quer um papo mais existencialista, ficam o tempo todo falando de coisinhas", disse Bárbara à Folha.

Não que as nove canções do primeiro álbum da dupla Aurora sejam "papo cabeça". As letras, todas em inglês, falam de descobertas espirituais e de dar a volta por cima nas adversidades.

Todas elas são de Bárbara. "Tem só uma frase que é minha", corrige o guitarrista Chankas, na verdade Fernando Cappi, da banda de rock instrumental Hurtmold.

Os dois revelam que só agora estão se conhecendo bem. Bárbara o convidou para a parceria por gostar muito do disco solo dele, "Chankas". E ele fez o arranjo para uma faixa do segundo álbum dela, "É o que Temos".

Bárbara conta que muita gente comenta sobre as letras em inglês. "Eles implicam, ficam falando que sou brasileira e tal, mas as músicas saíram em inglês, provavelmente porque estava escutando muito Beatles. Meu pai sempre morou nos Estados Unidos, passei muito tempo lá. É a minha segunda língua."

Ela admite que tentar uma carreira lá fora com o Aurora também é uma meta. "Faço uma turnê em junho nos Estados Unidos e penso em talvez cantar alguma coisa do Aurora nos shows", afirma.

Um exemplo do domínio do idioma é "Say Goodbye", canção em que ela parece estar falando sobre largar um namorado, mas na verdade a narradora está contando que vai deixar de fumar.

Esta, como outras músicas do Aurora, é folk rock quase chegando na música country. A dupla e seus convidados nas gravações usam violões, rabeca e bandolim.

Mas a audição das músicas mostra que o rótulo de folk não abarca todo o som do Aurora. Às vezes é um rock mais pesado (como "Ants", meio anos 1970), algo mais viajandão ("And Love You'll Have") ou pura cacofonia ("Stand Up for Yourself").

Sim, há uma base Beatles --que "Don't Slip It Away" deixa evidente--, mas é possível discernir ecos de Syd Barrett e psicodelismo pop.

Mesmo com as carreiras separadas exigindo bastante (Bárbara canta hoje no Abril Pro Rock, em Olinda), a dupla já pensa num segundo disco.

Antes, prepara shows para maio e tenta soltar o primeiro álbum em vinil. Para isso, os dois lançaram uma campanha de financiamento coletivo pelo site Catarse (catarse.me/pt/vinilaurora).


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