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Foco

Atriz de série de TV afirma que adora ser 'caminhoneira'

ISABELLE MOREIRA LIMA DE SÃO PAULO

Hoje, na televisão americana, há uma espécie de "cota informal" para gays e lésbicas nos seriados, com pelo menos um personagem homossexual por elenco.

A atriz Lea DeLaria, que interpreta a presidiária Big Boo na série "Orange Is The New Black", do serviço de TV sob demanda Netflix, afirma que a ideia representa um avanço para a dramaturgia.

Para ela, embora haja personagens "péssimos em programas igualmente ruins", o nível de representação subiu muito desde a década de 1990, quando apareceram os primeiros personagens gays de destaque.

"Você não pode falar sobre gays na TV sem falar em Modern Family' (2009), por exemplo", disse à Folha sobre a comédia de situação que mostra, entre os muitos personagens, uma família formada por dois homens e uma filha adotiva.

"São melhores do que as da época de Will & Grace' (1998-2006) e The L Word' (2004-2009)", afirma.

A primeira série mostrava um casal de amigos formado por uma heterossexual solteira e confusa e seu melhor amigo gay. A segunda, sobre relações entre lésbicas.

"Nunca fui fã dessa série porque não havia realidade ali. O texto era péssimo."

Em "Orange Is The New Black", DeLaria interpreta uma "caminhoneira", como ela mesmo define.

"Adoro o fato de a série ter uma caminhoneira interpretando uma caminhoneira, o jeito como mostram as coisas como ela são, sem se preocupar em seguir as regras da indústria", diz.

Sobre a segunda temporada de "Orange...", que será oferecida no Netflix a partir de 6 junho, diz que Big Boo deve aparecer mais sombria. "Mas ela ainda será muito engraçada e trabalhará bem com outras detentas", afirma.

JAZZ E STAND-UP

Embora goste de representar um papel com que se identifica, diz que não concorda com o lobby LGBT americano para que personagens homossexuais e transgêneros sejam vividos por atores com a mesma orientação sexual.

"Atuar é atuar. Por outro lado, por mais pesquisa que um ator hétero faça, não sabe o que é ser transgênero ou uma caminhoneira, como é o meu caso, como eu sei", diz.

DeLaria conta já ter recusado diversos papéis por não concordar com a forma com que os personagens eram retratados. Hoje, ela diz ter aprendido: é melhor aceitar o trabalho e sugerir mudanças.

Ela relembra o caso da série "Californication" (2007), em que interpretava uma mãe lésbica. Pediu alterações em falas e as conseguiu.

"A indústria é muito aberta. Se erram, não é por mal ou preconceito, mas por desconhecimento. Eles querem fazer a coisa certa e atingir o público-alvo", afirma.

Além de atriz, DeLaria é cantora de jazz --deve gravar um novo disco em dois meses-- e comediante de stand-up, uma "arma" que usa para fazer alguma diferença na sociedade. "Mas, claro, comecei a fazer porque estava interessada em transar."

Segundo ela, a carreira polivalente nasceu por falta de aceitação. "Quando comecei, ninguém podia ter o meu visual, falar como eu falo ou, basicamente, ser eu. Eu tinha que fazer todo o possível apenas para pagar o aluguel. Agora, eu tenho o luxo de poder fazer tudo", diz.

Em São Paulo para participar da Parada do Orgulho LGBT, que aconteceu ontem, Lea DeLaria esperava ver no evento algo parecido com o Carnaval: "Peitos. E penas e plumas. E um samba bom com muita percussão".


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