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One Direction apresenta show sem tempero no Rio
'Boy band' repete no Brasil músicas e piadas feitas desde o início da turnê
Espetáculo se concentra no disco mais recente, 'Midnight Memories', sem excluir hits antigos como 'Little Things'
Se os integrantes da "boy band" One Direction fossem chefs de cozinha, o prato servido na primeira turnê mundial dos garotos não passaria de lasanha congelada.
A banda se apresenta hoje e amanhã no estádio do Morumbi, com um espetáculo que veio pré-pronto e só precisará ser requentado. As músicas, as piadas, as declarações de amor aos fãs, tudo é repetido praticamente igual desde a primeira apresentação da turnê "Where We Are", na Colômbia, em 25 de abril.
"Vocês são incríveis", "Nunca vamos esquecer vocês" e outros mimos são repetidos a cada show. No Rio, onde a banda tocou na Cidade do Rock, anteontem, eles soltaram uns "eu te amo" em português, para delírio das 35 mil pessoas da plateia.
"É como se eles falassem para mim, olhando nos meus olhos. Eles pareceram muito felizes de estar no Brasil pela primeira vez", disse Mariana Alencar, 12, que saiu de Goiânia para ver os garotos no Rio.
O foco da turnê é o último álbum da banda, "Midnight Memories", lançado em 2013. A faixa-título do CD abre o show com um toque mais rock'n'roll e menos baladinha. O hit "Best Song Ever" fecha o bis. Mas outros sucessos da carreira, que começou em 2010, também são lembrados, como "Little Things" e "What Makes You Beautiful".
Nesta última, eles perderam a oportunidade de colocar um tempero na apresentação do Rio. Em 2012, uma paródia brasileira da música se tornou viral na internet e alçou o garoto Nissim Ourfali ao estrelato virtual.
Se fizessem alguma referência ao vídeo, seguiriam os passos de Beyoncé, que dançou o funk "Passinho do Volante" (aquele do "ah lelek lek lek") no Rock in Rio de 2013. Mas eles não fizeram.
O único que procurou fugir do script foi Harry Styles, 20, que pegou uma bola lançada pelo público e ensaiou uns toques, voltou para as últimas canções com uma camisa da seleção brasileira e até abaixou a calça para mostrar uma tatuagem perto da virilha com o nome do Brasil.
Para as fãs cariocas, porém, pouco importa o espetáculo milimetricamente ensaiado. Elas choraram e gritaram a cada suspiro dos garotos da banda. É como se tivessem voltado famintas do trabalho: uma lasanha congelada até que pode cair bem.
