Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Disco da Coleção Folha mostra uma Elis Regina introspectiva
Elis Regina, que cantava samba, bossa nova e MPB, marcou 1977 com uma canção sertaneja. "Sou caipira, Pirapora/ Nossa Senhora de Aparecida/ Ilumina a mina escura e funda/ O trem da minha vida", canta em "Romaria".
A força religiosa da canção de Renato Teixeira move o disco "Elis (1977)", que a Coleção Folha O Melhor de Elis Regina leva às bancas no domingo. Nele, várias faixas revelam uma Elis introspectiva e serena. É que ela esperava Maria Rita, sua terceira filha, enquanto gravava.
Era uma fase de grande sucesso. O show "Falso Brilhante" acabara de atrair cerca de 280 mil pessoas ao teatro, em São Paulo, ao longo de 257 dias em cartaz. Para o disco, Elis tomou canções de Milton Nascimento, de Ivan Lins e da dupla João Bosco e Aldir Blanc, entre outros.
A primeira canção é "Caxangá", interpretada por Elis e Milton --coautor da música, com Fernando Brant. Também é de Milton "Morro Velho", que remete ao campo ao falar de filho de patrão e filho de capataz que são amigos de infância e se separam quando adultos.
João Bosco e Aldir Blanc fecham o álbum com "Transversal do Tempo".