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Crítica - Drama

'Versos de um Crime' oferece suspense em retrato afetuoso da geração beatnik

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

Nas palavras do poeta Allen Ginsberg (1926-97), Lucien Carr (1925-2005) foi a cola que uniu os escritores da geração beat antes da fama.

Amigo de infância de William Burroughs (1914-97), ele foi colega de faculdade de Ginsberg em Nova York. Lá, conheceu Jack Kerouac (1922-69) e o apresentou aos outros.

Considerado brilhante e inspirador, mas sem o mesmo talento dos amigos para a escrita, Carr ficou marcado pelo assassinato, em 1944, de um homem mais velho que era obcecado por ele --crime que envolveu indiretamente os três futuros escritores.

O filme "Versos de um Crime" é, ao mesmo tempo, um suspense eficiente sobre esse assassinato misterioso e um retrato afetuoso da maturação de um grupo excepcional de artistas.

A narrativa se centra na relação entre Carr (Dane DeHaan) e Ginsberg (Daniel Radcliffe), que misturou inspiração, rivalidade, admiração e homoafetividade.

Em sua estreia na direção, John Krokidas tem a sabedoria de preservar a ambivalência dessa amizade --e conta com atores afiados para ajudá-lo, incluindo um Radcliffe disposto a se afastar da castidade da série "Harry Potter" ao fazer uma cena de sexo com outro homem.

Quase sempre convencional na forma e reverente aos seus personagens, "Versos de um Crime" é, ainda assim, mais satisfatório que "On the Road" (2012), de Walter Salles, que também retratava os artistas beat quando jovens.


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